Se a intenção da agora ex-vereadora Zirleide Monteiro era ficar temporariamente de fora da cena política de Arcoverde (PE), Sertão do Moxotó, após declarações preconceituosas contra o filho autista de uma adversária política, na semana passada, o tiro pode sair pela culatra. Zileide usou as redes sociais para pedir desculpas pela sua atitude. Mesmo assim foi duramente criticada e, sem suportar a pressão, anunciou que estava renunciando ao mandato.

O problema é que nem todos se convenceram do arrependimento de Zirleide. O advogado e professor Fernandes Braga – que auxilia juridicamente o processo de cassação contra Zirleide Monteiro, assinado pelo irmão dele, o delegado Israel Rubis – informou que o rito processual contra a vereadora está mantido. “Fomos comunicados que a vereadora Zirleide Monteiro renunciou ao seu cargo de vereadora junto à Câmara Municipal de Arcoverde. O Delegado Israel entrou em contato comigo e nós vamos fortalecer que o processo de cassação continue“, disse. 

Segundo Braga, Zirleide tentou uma manobra para ficar apta a disputar as eleições municipais de 2024. “Isso é uma estratégia provocada pela vereadora, para que ela possa concorrer às próximas eleições e deixar de ficar inelegível. Isso é muito claro na Lei Ficha Limpa: políticos que estão em processo de cassação, caso venham a ser cassados pelo colegiado,  por seus pares, eles ficam inelegíveis“.

O advogado e professor ressaltou que essa tentativa não tem nada a ver com arrependimento. “Nós estamos vigilantes, e vamos fazer com que o processo de cassação continue e a vereadora seja responsabilizada“. A polêmica, pelo visto, deve prosseguir em Arcoverde.