O cenário em que se encontra a Casa de Apoio para pacientes de Juazeiro (BA) em Salvador, no bairro de Brotas, vem sofrendo críticas por parte de quem necessita do serviço. É o caso do comunitário João Marcos. Desde 2017, ele acompanha pacientes do Tratamento Fora de Domicílio e não esconde sua indignação.

Segundo João Marcos, o prédio do TFD na capital baiana encontra-se “completamente abandonado”.

“Os armários estão enferrujados e sem portas, camas quebradas e colchões rasgados, janelas dos banheiros quebradas, apenas um ventilador funcionando no quarto masculino e janela da sala com risco de cair. Há até um aviso pedindo para não tocar, pois a base está solta. Um verdadeiro perigo!”, lamentou.

A única intervenção feita pela gestão municipal, segundo ele, teria sido uma pintura superficial e a instalação de Wi-Fi. “Uma maquiagem que não resolve os problemas reais”, criticou. “Além disso, o ponto de apoio em Juazeiro, perto do Samu, está cheio de buracos, dificultando o acesso de pacientes com mobilidade reduzida. Enquanto isso, o prefeito Andrei fez uma cirurgia particular em São Paulo, alegando uso do plano da Caixa Econômica Federal, seu emprego de origem, mesmo estando afastado para exercer o cargo de prefeito. A pergunta que não quer calar é: Por que não fez o procedimento no SUS de Juazeiro ou Salvador, para vivenciar a realidade da saúde pública sob sua gestão ou a do governador Jerônimo Rodrigues?”, afirmou.

Hospitais

João Marcos também cita os hospitais de Juazeiro, que enfrentam problemas sérios como falta de medicamentos, colchões em péssimo estado, infiltrações, equipamentos quebrados e escassez de profissionais. “Já se passaram quase seis meses de gestão, e os pacientes do TFD continuam esquecidos e desrespeitados”, completou.

Resposta

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde (Sesau) deu o seguinte esclarecimento:

A Secretaria de Saúde/Sesau informa que a Casa de Apoio ao Tratamento Fora do Domicílio/TFD, localizada em Salvador, desempenha um papel fundamental no acolhimento de pacientes de Juazeiro que necessitam de tratamento médico fora do município. No entanto, devido ao intenso fluxo diário de pessoas, a unidade enfrenta desafios significativos quanto à conservação de suas instalações e mobiliário. Um exemplo recente dessa situação é o desgaste acelerado dos colchões, dos quais alguns foram encontrados rasgados, apesar de terem sido revestidos há menos de dois meses.

Esse cenário evidencia, além do uso constante, possíveis episódios de uso inadequado ou descuido por parte de alguns usuários, algo que lamentamos, pois o zelo pelo espaço compartilhado é fundamental para que todos possam usufruir de maneira digna e segura.

A Sesau informa ainda que a manutenção e a limpeza sanitária da Casa TFD seguem um cronograma previamente estabelecido, com ações prioritárias aos finais de semana, período em que o fluxo de pacientes permite uma organização mais eficaz dos serviços. Dentro desse planejamento, novas manutenções já foram iniciadas e outras estão programadas para garantir melhores condições de acolhimento dos pacientes.

Sesau/Ascom