O engenheiro agrônomo Francisco Lopes Filho enviou um email ao Blog denunciando o descaso com um homem chamado Antonio Vitor, de 52 anos, que hoje se encontra com a saúde debilitada devido à falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI), na época em que era trabalhador rural e manuseava inseticidas, fungicidas e herbicidas.
O leitor ainda destaca que o INSS não aceitou o laudo do médico, o qual indica que o senhor não tem condições físicas para continuar trabalhando. A foto acima e de Francisco Lopes Filho.
Confiram a carta:
DESCASO COM O SER HUMANO:
Na última segunda-feira (9), transitando pela rua do Coliseu, onde fica a sede da UNIMED, um senhor bastante debilitado chamado Antônio Vitor de Sousa, de 52 anos, que estava acompanhado por sua esposa, me pediu dinheiro para comprar medicamentos. Dei uns trocados e senti um impulso de perguntar qual era o problema dele. Ele me disse: “Senhor, trabalhei muitos anos aplicando inseticidas, herbicidas e fungicidas, os chamados ‘venenos’ em diversas áreas irrigadas da região, sem proteção nenhuma. E perguntei se, nesses locais, não forneciam equipamentos de proteção individual (EPI). “Não, é por causa disso, estou sentindo vários problemas de saúde”. Perguntei quais os problemas e ele respondeu: “Tenho depressão, tonturas, me irrito constantemente e chego até a bater com a cabeça na parede. E ainda tenho um caroço no esôfago, segundo o médico que me consultou. Sinto também um ardor enorme no intestino que, para aliviar, tenho que tomar medicamentos”. E me mostrou as receitas.
O médico emitiu um laudo afirmando que o Sr. Antônio não tem mais condições físicas de trabalhar. Ele me disse que foi ao INSS várias vezes para solicitar aposentadoria e lá disseram que ele não poderia se aposentar. Depois de tanto apelar ao INSS e já bastante aborrecido, procurou um advogado que entrou na justiça para resolver sua situação, e me disse que no próximo dia 17 ocorrerá uma audiência.
Esse caso me chamou a atenção por dois aspectos. Primeiro, por ser agrônomo, fico preocupado pela falta do uso de EPI em muitas áreas irrigadas do Vale do São Francisco, o que vem acarretando sérios problemas de saúde aos trabalhadores rurais. Em segundo lugar, pelo incompreensível fato de o INSS não estar acreditando no laudo fornecido pelo médico que atendeu o Sr. Antônio.
Sei que existem por aí muitos e muitos Antônios e o que acontecerá?
Caso alguém deseje ajudar o Sr. Antonio, entrar em contato comigo, pelo e-mail f.lopesfilho@uol.com.br
Francisco Lopes Filho/engenheiro agrônomo




Prezado colega Francisco Lopes,
Parabéns pela atitude. Também sou engenheiro agrônomo e sei que existem várias pessoas como esse mesmo problema e isso também esta ligado ao fato da pouca valorização da nossa classe pela sociedade, pois ainda existem empresas que atuam sem a presença de um agronomo. Vale lembrar que EPI pouco tempo atras para algumas pessoas era visto como custo ou besteira que não preicisava usar.
Muito certa essa chamada de atenção, não podemos esquecer que o sucesso da fruticultura no Vale do São Francsico depende dos trabalhadores rurais que não podem ser sacrificados.
UMA VEZ UMA FUNCIONÁRIA DO INSS EM CONVESSA COMIGO(ELA É PRIMA DA MINHA ESPOSA) FEZ A SEGUINTE PERGUNTA,POR QUE EM PETROLINA O POVO SÓ PEDE A APOSENTADORIA RURAL????EU DISSE, PETROLINA E JUAZEIRO É UMA ROÇA, EM VOLTA DAS DUAS CIDADES EXISTE UM GRANDE CENTRO PRODUTOR DE FRUTAS, POR ISSO O PEDIDO DE APOSENTADIRIA NA SUA MAIORIA TEM DE SER RURAL……..SE UMA FUNCIONÁRIA DO ORGÃO NÃO VER, É CEGA, COMO O PROPRIO ORGÃO VAI ENCHERGA.
O CASO DO VENENO DO SENHOR EM REPORTAGEM, É TÃO COMUM , ISSO NÃO SÓ EM PETROLINA MAS EM TODO O NORDESTE, ESPECIALMENTE EM AREA DE CERQUEIRO, É UM PERIGO.
Amigo,
Já penei no INSS com um parente que não tinha condições de trabalhar. Era da roça, com 4 ernias de disco. Com laudo dado também pelo médico e ele não aposentou enquanto não chegou a idade. Este INSS é uma negação para nós que contribuimos e se diga, com um percentual alto e quando precisamos é assim como vimos este irmão e centenas de outros iguais a ele.
Bom dia, meu noem é Michel Trabalho no webshopdovale que agora passou a ser vejalista,
eu acho um absurdo isso o INSS não acreditar no sr. Antonio..
infelismente :(
eu mesmo ja dei uns trocados para o senhor Antonio e fiquei muito triste e fiquei abatido, trsite melhor dizendo quando ele me mostrou as receitas dos medicamento, e por fim disse a ele que no momento estava sem dinheiro tinha apenas uns trocados, e ele me disse anntes de receber ” 0,10 centavos já ajuda”
queria que alguém que tiver enteresse em ajudar esse sr. alguém que tenha uma boa condição financeira, AJUDE! por menos que seja é uma ajuda.
um abraço a todos.
Não podemos só culpar os produtores, isso é uma cadeia, os empregados também são responsáveis pelo não uso de EPI, muitos deles se recusam.
É um problema gravíssimo, tem que se trabalhar muito bem o proprietário das roças, os trabalhadores, toda a sociedade.
Valeu, Chiquinho! Parabéns pela sua iniciativa e se preoculpar com o próximo…
Valeu, Chiquinho! Parabéns pela sua iniciativa como também se preocupar com o próximo…
Acho muito nobre a atitude do colega de querer ajudar o próximo. Mas olha as queixas desse senhor: “Tenho depressão, tonturas, me irrito constantemente e chego até a bater com a cabeça na parede. E ainda tenho um caroço no esôfago”, além de um “ardor no intestino”.
Não conheço esse senhor, mas se fosse aposentar todo mundo que batesse a cabeça na parede o INSS terminava de falir, por isso existe a perícia. Lembrem-se que o INSS paga essas aposentadorias com o dinheiro público, e quanto mais rigorosos forem, melhor para a maioria da população.
De todas, a única queixa “mais séria” desse cidadão parece ser esse o tal “caroço do esôfago”, que se for um câncer, pode adiantar a aposentadoria. Tomara que não seja, pois câncer de esôfago é muito agressivo. Se você quer realmente ajudá-lo, sugiro uma endoscopia com biópsia.