A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável adiou, ontem (16), em razão de pedido de vista, a votação do relatório final do grupo de trabalho criado para diagnosticar as implicações do uso do amianto e seus efeitos sobre a saúde e o meio ambiente.
Com o pedido de vista conjunta dos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Fernando Marroni (PT-RS) e Ricardo Tripoli (PSDB-SP), o relatório deverá ser votado apenas na próxima reunião ordinária da comissão, prevista para a próxima quarta-feira (23).
O relator do grupo e líder do Partido Verde, deputado Edson Duarte (PV-BA), apresentou parecer favorável à eliminação do amianto na cadeia produtiva brasileira. “Está evidenciado que o amianto não pode continuar transitando no País, não existe o uso controlado do produto. A única coisa que sustenta o uso aqui são os interesses das indústrias. Amianto zero é a única possibilidade de evitar as doenças provocadas pela fibra mineral”, defendeu Duarte.
Representantes de trabalhadores da mina de amianto de Minaçu (GO) solicitaram, representados pelo deputado Roberto Balestra (PP/GO), a rejeição do relatório.
O amianto é uma fibra encontrada em estado bruto na natureza. Por ser resistente a altas temperaturas, foi muito usado em pastilhas e lonas de freio, mas seu uso mais comum é em telhados. Ao ser manipulado, o amianto solta fibras no ar, que são absorvidas na respiração e provocam doenças como a asbestose e o câncer de pulmão. O amianto é proibido na maioria dos países da Europa desde os anos 90 e ainda é usado no Brasil em telhas, caixas d’água, tubulações, e outros produtos empregados na construção civil.


