Jornalista relembra mudança no Dia Nacional da Imprensa

por Carlos Britto // 04 de junho de 2010 às 18:56

Durante muito tempo o Dia Nacional da Imprensa foi comemorado em 10 de setembro. Mas a partir de 1999, a data mudou para 1º de junho.

A história dessa mudança é lembrada neste artigo enviado pelo jornalista Manoel Leão, que aproveitou para homenagear todos os que fazem a imprensa do Vale do São Francisco.  Confiram:

dia_imprensa

Caro amigo, companheiro e colega Carlos Britto:

No dia 1º de junho, por determinação da lei nº 9.8831 de 1999, foi comemorado o Dia Nacional da Imprensa, que antes era comemorado no dia 10 de setembro, dia que começou a circular a “Gazeta do Rio de Janeiro”. Agora é a data em que foi lançado o jornal “Correio Braziliense”, em Londres.

A mudança da data tem um simbolismo importante, que nós, os principais interessados, deixamos de atentar:

10 de setembro é  a data da instalação do primeiro jornal no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro, jornal oficial (atente para isso: jornal oficial), da Corte, com a obrigação de bajular, aplaudir e defender o governo instalado no Brasil.

Todos os outros jornais ou livros eram proibidos de circular, pois o Império temia a circulação das idéias correntes na Europa àquela época: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

Ora, matar ideias é uma tarefa, como dizia o poeta,  tão inglória como tentar deter as  manhãs: Três meses antes do lançamento da Gazeta circulava no Rio de Janeiro clandestinamente o Correio Braziliense, produzido pelo jornalista gaúcho Hipólito José da Costa.

Claro, há críticas à troca politicamente correta:  A mudança, sugerida pela Associação Riograndense  de Imprensa (gaúcha), foi patrocinada por um projeto do deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS) e sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em cerimônia com a presença do presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Paulo Cabral, diretor do atual Correio Braziliense ressuscitado em Brasília, em 1960, por Assis Chateaubriand. Seria a troca de um “jornal do governo por um jornal vendido ao governo”.

Não entremos nesta discussão, este artigo é apenas para transmitir-lhe e aos seus pares e meus colegas a solidariedade e apoio e repetir parte do poema Manhã, de Vladimir Vladímirovitch Maiakovski, que não consigo lembrar por inteiro:

A chuva lúgubre olha de través. 
Através 
da grade magra 
os fios elétricos da idéia férrea – 
colchão de penas. 
Apenas 
as pernas 
das estrelas ascendentes 
apoiam nele facilmente os pés. 
Mas o destroçar dos faróis, 
reis 
na coroa de gás, 
se faz 
mais doloroso aos 
buquês hostis das prostitutas do
trotoar.

Com um abraço,

Manoel Leão

Jornalista – DRT /Ba 138  

Jornalista relembra mudança no Dia Nacional da Imprensa

  1. RADIO WEB JUAZEIRO disse:

    Quero parabenizar ao jornalista Manoel Leão pelo texto e pela lembrança. Aproveito para parabenizar a todos os jornalista e radialista que foram agraciados com a MOÇÃO DE APLAUSOS pela câmara de vereadores de Juazeiro. Parabéns Carlos Brito

  2. DAVID NOMERO DE MACEDO disse:

    QUANTOS NÃO QUEREM CALAR A IMPRENSA,PARA REINAREM SOZINHOS.

  3. Watergate disse:

    A imprensa de petrolina nao tem muito o que comemorar.

  4. Jorge Lafaet disse:

    Concordo com Davi. É Lei da Mordaça, dentre outros artifícios sordidos que tentam impor o silêncio à imprensa. Para uma imprensa forte e solidária é necessário o vínculo constante com a verdade e a justiça dos fatos. Portanto, gostaria de parabenizar os meios de comunicação de nossa região que mantém-se bravamente em atividade pautados pela ética profissional.

  5. Carlos Laerte disse:

    Valeu Leão. Tem essa outra que também diz muito:

    Fiz ranger as folhas de jornal

    abrindo-lhes as pálpebras piscantes.

    E logo

    de cada fronteira distante

    subiu um cheiro de pólvora

    perseguindo-me até em casa.

    Nestes últimos vinte anos

    nada de novo há

    no rugir das tempestades.

    Não estamos alegres,

    é certo,

    mas também por que razão

    haveríamos de ficar tristes?

    O mar da história

    é agitado.

    As ameaças

    e as guerras

    havemos de atravessá-las,

    rompê-las ao meio,

    cortando-as

    como uma quilha corta

    as ondas.

  6. Eduardo Jorge Sille disse:

    Estamos instalados na Nunicípio de Ananindeua, no Pará e, recentemente criamos a nossa Associação de Jornais, Revistas e programas Independentes de Rádios e Televisão do Município de Ananindeua, contato: (091) 9121.8551, estaqremos enviando mensagem a Câmara Municipal de Ananindeua solicitando a atraves de Projeto de Lei criando o dia Municipal da Imprensa, para isso solicitamos orientações de texto do referio Projeto. Saudações,em 21-03-2012, Eduardo Sille-Presidente.

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