O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, deixou a habitual diplomacia de lado e endureceu o discurso contra os críticos do governador Eduardo Campos (PSB) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista ao Programa Opinião, da Grande Rio AM, na manhã de hoje (03), Fernando destilou comentários ásperos, como poucas vezes costuma fazer. Um dos alvos foi o prefeito Júlio Lóssio (PMDB), que há poucos dias divulgou nota à imprensa lamentando a falta de investimentos na irrigação da região, em resposta às declarações do secretário Ranilson Ramos (Agricultura) – que o tachou de “incompetente”.
Lóssio afirmara que em nenhuma das duas edições do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o setor foi priorizado por Lula. “Acho que foi um comentário açodado”, criticou o secretário.
Fernando lembrou que desde 1959, quando da implantação do primeiro perímetro irrigado em Petrolina – o Massangano (atual senador Nilo Coelho) – até a saída do Governo FHC, em 2002, apenas 43 mil hectares foram irrigados. Mesmo reconhecendo o atraso nos investimentos do projeto Pontal, que vão irrigar 30 mil hectares, o secretário considerou “muito pouco” o investimento na área feito na Era FHC, se comparados com Lula.
Sobre a demora na conclusão do Pontal, Fernando justificou que isso aconteceu justamente porque o presidente buscou um novo modelo de gestão para os perímetros irrigados – a Parceria Público-Privada (PPP) – porque havia “muita ociosidade” de terras, por falta de assistência técnica aos pequenos produtores, diversificação das culturas e inovações tecnológicas.
“Dizem que a fruticultura vai ‘acebolar’ com esse modelo atual, porque não adianta todos plantarem a mesma coisa e não ganharem dinheiro. Na PPP, a empresa âncora vai definir o que será plantado, beneficiando os pequenos”, avaliou, acrescentando que até o final do mês a situação dos fruticultores da região será resolvida “como nenhum outro governo já fez”.
O secretário também comparou os números do governador Eduardo Campos (PSB) aos de Jarbas Vasconcelos, quando este governou o estado por duas vezes e agora tenta novamente a reeleição. No setor de saneamento e abastecimento, lembrou que o socialista, nestes quatro anos, investiu R$ 16 milhões e a meta é chegar a R$ 50 milhões – caso seja reeleito. “Em oito anos, Jarbas não investiu nada”, disparou.
Fernando ressaltou também que sua pasta viabilizou investimentos de R$ 53 milhões em todas as áreas do estado. Disse que uma parte foi fruto de parcerias com o ex-prefeito Odacy Amorim (PSB), como pavimentação de estradas e construção de pátios de feiras livres. Mesmo com Lóssio, seu adversário político, o secretário lembrou de convênios como a conclusão da central de frutas do C-3 do projeto Senador Nilo Coelho. Também comentou os investimentos de R$ 16 milhões em recuperação de escolas da rede estadual em Petrolina, e da redução nos índices de violência na cidade, além da contratação de novos policiais e do reaparelhamento das Polícias. “Como é que não foi investido em nada? Isso é só ciúme”, provocou.


