Os pequenos produtores de manga de Maniçoba, em Juazeiro, querem melhorar a comercialização dos frutos. Segundo o presidente da Associação Manga Brasil, Tadeu Maniçoba, na primeira safra deste ano houve quem vendesse o quilo da manga a 40 centavos. No ano passado o produto foi comercializado em média a R$ 1,50. De acordo com os produtores, o baixo preço da última safra se deve a negociação com atravessadores. Mas, além dos problemas relacionados à venda das mangas, os produtores de Maniçoba vêm enfrentando dificuldades na etapa de produção do fruto.
Pensado em melhorar as condições de produção e comercialização dos produtores da Manga Brasil, a associação convidou Embrapa, Codesvaf e Sebrae para discutir soluções para os problemas enfrentados pelos 55 pequenos agricultores associados.
Em uma reunião realizada na última quinta-feira (20) entre representantes dessas apontado como entrave técnico o processo de irrigação. Para o pesquisador da Embrapa Joston de Assis. “Os produtores estão utilizando um processo de irrigação primitivo, o mesmo usado em países subdesenvolvidos da África”, comparou o pesquisador.
O agricultor Luis Carlos Santos afirma que a quantidade de águas vinda nos sulcos de irrigação tem sido insuficiente para irrigar sua plantação. “O volume de água não dá para irrigar toda a plantação, então tenho que molhar uma parte do pomar na terça e a outra parte na quinta-feira”, lamenta o pequeno produtor. Para os pesquisadores da Embrapa, devido ao processo de irrigação por sulcos cerca de 60% da água se perde.
Para o gerente da Manga Brasil Marcelino Paranhos, é necessário mudar também a data de colheita. “Colher entre outubro e novembro não tem sido bom pois os mercados estão lotados de manga nesse período, é preciso começar a colher entre março e abril”, planejou Paranhos.
Após a reunião os pesquisadores da Embrapa ficaram de se reunir para traçar um plano de ação em diferentes áreas. A organização encaminhou até Maniçoba pesquisadores das linhas de pós-colheita, melhoramento genético, fitopatologia e recursos hídricos, além de um analista de marketing. O grupo que já sinalizou com a possibilidade de oferecer cursos de manejo dos frutos aos produtores.


