Um concurso para escolher funcionários públicos na prefeitura de Ribeirão, no interior de Pernambuco, revelou uma surpresa: um homem analfabeto ficou entre os mais bem classificados. A prova tinha 30 questões e ele acertou 21. Segundo o portal pe360graus ao ser denunciado ao Ministério Público, ele disse que marcou as questões da prova como se estivesse jogando na loteria.
O Ministério Público recebeu a denúncia de que havia um homem analfabeto entre os 700 aprovados. Ele ficou entre os 70 selecionados para o curso de agente patrimonial. Quando interrogado, ele disse que sabe apenas assinar o próprio nome e reconhecer alguns números. Uma funcionária que trabalhava no concurso foi quem preencheu sua ficha de inscrição.
Como o cargo exige o ensino fundamental completo, o Ministério Público recomendou a exclusão do candidato.
Isso não tem sentido. O Jornal Nacional divulgou irresponsavelmente essa matéria, dizendo que as provas objetivas de concurso estão em cheque, devido a esse fato, sem ao menos consultar um estatístico ou um professor de matemática. Um concurso com 30 questões, com alternativas A, B, C, D e E, para quem não sabe tem conhecimento nenhum, é quase tão difícil quanto acertar na megasena. Vejam: A 1ª questão tem cinco resultados possíveis: 1A, 1B, 1C, 1D ou 1E; a 2ª, mais cinco: 2A, 2B, 2C, 2D ou 2E, e assim sucessivamente. Só nessas duas questões, por exemplo, o resultado da prova seria 1A-2A, 1A-2B, 1A-2C, 1A-2D, 1A-2E, 1B2A,1B-2B, 1B-2C,1B-2D,1B-2E, 1C-2A,1C-2B,1C-2D,1C-2D,1C-2E, 1-D-2A,1D-2B,1D-2C,1D-2D, 1D-2-E, 1E-2A,1E-2B,1E-2C,1E-2D,1E-2E, isto é, só para as duas primeiras questões existem 40 possibilidades, isto é, a probabilidade de um indivíduo acertar uma questão de concurso com duas questões de cinco alternativas é 1/40, ou seja, uma em quarenta. Imaginem essas combinações para as 30 questões… Para as tres questões, ficaria, 1A-2A-3A, 1A-2A-3B,1A-2A,3C…. E assim sucessivamente, até trocarem-se todas as letras….Então, para as 21 questões que ele acertou, é quase impossível essa coincidência. Por que na loto, as combinações dos números são simples e nos concursos cada série de questões implica em aumento de combinações. O que deve ser investigado não é a eficiência das provas objetivas, pois elas são aplicadas em seleções do mundo todo, no Brasil, no Japão, nos Estados Unidos, por quê a correção é automatizada, evitando subjetividade de julgamentos. O que está cheirando mal é que deve ter havido maracutaia nesse concurso, esse gabarito deve ter sido marcado por outra pessoa, ou deve ter sido trocado por outro, o cara tá dando uma de joão-sem-braço para se safar da Justiça. Embora as autoridades não são muito exatas nos seus julgamentos, a matemática é uma ciência exata, curta e grossa e se o Ministério Público, a Polícia e a Justiça e a própria imprensa utilizarem-se dela para verificar que não tem sentido nenhum um analfabeto acertar 21 questões de múltipla escolha, poderiam ser bem mais sucedido nas investigações e desvendar que nesse concurso tem mais coisa fedendo no ar… Tem mais gente querendo entrar pela janelinha… Por quê nenhum analfabeto consegue aprovação na Polícia Federal? Ou na Receita Federal? Por quê isso só acontece em prefeituras? As perguntas estão no ar… Com a palavra, os irreponsáveis apresentadores da Rede Globo, que provavelmente não sabem nada de matemática… Veja a diferença do Carlos Britto: Ele publicou a matéria, sem fazer nenhum pré-julgamento, tomou como base os dados recebidos dos canais oficiais. Mas o Jornal Nacional já colocou em cheque os concursos públicos, dizendo que as provas de múltipla escolha poderiam estar com os dias contados… Quanta irresponsabilidade…