O governador Eduardo Campos (PSB) defendeu, ontem, que o debate sobre a incorporação da Companhia Hidroelétrica de Pernambuco (Chesf) à Eletrobrás não figure entre os motes da eleição deste ano, quando deverá ser candidato à reeleição. “Esse debate não pode ser eleitoralizado. Não pode ser um elemento para dividir o Estado, mas para unir a todos”, opinou Eduardo Campos. Anteontem, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes), o socialista já havia conclamado uma posição mais firme dos adversários, em defesa da Chesf, sem conotação eleitoral.

A oposição foi que deu maior vulto ao manifesto suprapartidário realizado, no último dia 9, com o abraço simbólico na sede da companhia. Na ocasião, apenas os deputados governistas Fernando Ferro (PT) e Isaltino Nascimento (PT) compareceram para prestar solidariedade aos servidores. Foi depois desse ato que o assunto ganhou proporções nacionais.

Ontem, o governador contou que ligou diretamente para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando uma audiência para detalhamento do tema. “Falei com o presidente e pedi que o ministro me recebesse em Brasília para uma audiência. Setenta e duas horas depois, estava reunido com o ministro (das Minas e Energia, Márcio Zimmermann) e logo depois viabilizei a vinda dele a Pernambuco para esclarecer a situação da Chesf. Eu defendi uma coisa muito mais ampla: que a Chesf participe em caráter majoritário dos novos empreendimentos de concessão das barragens atuais”, informou.

Eduardo afirmou ainda que sejam mantidas as atuações da Chesf nos setores de energia eólica, solar e nuclear. Segundo ele, caso isso não aconteça, “a Chesf terminará por investir fora do Nordeste”. Na esfera nacional, o governador defendeu que os candidatos à Presidência da República debatam o assunto durante a campanha. “Deveria se indagar aos presidenciáveis quais suas posições e propostas para essas incorporações”, assinalou