Nenhum projeto de lei enviado pelo Executivo Municipal à Casa Plínio Amorim, até o momento, foi tão decantado quanto o da sessão ordinária desta quinta-feira (5), aprovado por unanimidade dos vereadores.

O conteúdo do projeto, de nº 045/2013, torna obrigatória a climatização das salas de aulas em todas as escolas da rede municipal. Por si só, a ideia já mereceu aplausos dos representantes do Legislativo.

Mas o detalhe é que não partiu do prefeito Julio Lossio (PMDB). O projeto nasceu do presidente da Casa, vereador Osório Siqueira, durante o período em que comandou interinamente o município devido ao afastamento de Lossio por decisão judicial.

Nos discursos de cada vereador, os elogios mesclavam admiração e surpresa. Nenhum deles admitiu – e nem vão admitir – de que um projeto ao mesmo tempo tão simples e eficaz tenha partido de um rapaz de origem humilde da área irrigada que lutou para chegar à Câmara Municipal e já estava quase desistindo, quando foi eleito pela primeira vez em 2008. De lá para cá, já está pela segunda vez à frente da presidência da Casa e em outras oportunidades sentou-se na cadeira de prefeito.

A declaração do vereador Adalberto Filho ‘Betão’ (PSL) resumiu bem o “feito” de Osório. “Em dez dias que Vossa Excelência foi prefeito de Petrolina, fez um projeto que outros em cinco anos não conseguiram fazer”.

Emendas ofuscadas

Até as emendas de autoria do governista Dr.Pérsio Antunes (PMDB) foram ofuscadas. De início eram três, mas uma foi retirada antes da votação. O vereador compreendeu o apelo dos colegas de que termo usado para definir quais escolas seriam climatizadas (“preferencialmente”) poderia comprometer o projeto. As outras duas foram derrotadas por nove votos a oito. Uma das emendas estipulava um prazo de 180 dias para que a prefeitura fizesse um estudo de viabilidade técnico-financeira no sentido de implantar os climatizadores em todas as escolas, e não apenas nas que fossem construídas com esse padrão.

Não adiantou as justificativas de Dr.Pérsio de que estava aperfeiçoando ainda mais o projeto. Reservadamente, um vereador da oposição disse ao Blog que as emendas do governistas “eram redundantes”, uma vez que o projeto já previa esse estudo. A ‘estrela’ da sessão de hoje foi Osório, que não deixou de reconhecer o papel de sua equipe jurídica que trabalhou interinamente com ele. Depois dos elogios ao presidente da Casa, coube à Cristina Costa passar a responsabilidade para o atual gestor. “Se Osório marcou um golaço, esta Casa dá a oportunidade ao prefeito para que marque um gol de placa executando o projeto”.