A Diocese de Juazeiro ficou na berlinda durante sessão ordinária de ontem (19) na Câmara de Vereadores. A polêmica foi suscitada pelo governista Crisóstomo Lima ‘Zó’ (PCdoB), que isentou o prefeito Isaac Carvalho (PCdoB) da responsabilidade sobre a venda do terreno na antiga Praça do Rio Branco, Centro da cidade, que a briga parte das instalações do Colégio Edson Ribeiro.

Segundo Zó, durante anos a prefeitura tentou barrar a venda, foi à justiça, resistiu, e perdeu, sendo obrigada a fornecer o alvará de construção da parte excedente da doação feita na década de 50. “O município fez o que podia. Querem jogar no colo do prefeito o que não é de responsabilidade dele”, disse.

Em aparte, o vereador Alex Tanuri (PSDB) estendeu a discussão em relação a outros terrenos, lamentando a postura da Diocese, que estaria envolvida. “Fico triste quando vejo Juazeiro ser tomado pela Diocese. Eu sou católico, mas a Diocese bota pessoas para fazer as negociatas dos terrenos. Acho que fazem errado. Não fazem transparente”, referindo-se à forma como os terrenos da Diocese são comercializados, sem acordo com a prefeitura e os órgãos encarregados do planejamento urbano da cidade.

O vereador Damião Medrado (PSD) reforçou as críticas. Ele citou o caso do bairro Pedro Raymundo, onde uma área dita como praça e pertencente ao município, foi apropriada por uma empresa, depois de urbanizada e cuidada pela comunidade, com a aprovação da Diocese. “Infelizmente somos tomados de surpresa pela Diocese estar vendendo os terrenos públicos. Daqui a pouco até nossas residências serão tomadas por esse grupo que está comercializando os terrenos da Igreja”, indignou-se.

CPI

Tanuri chegou a sugerir uma CPI na Casa Aprígio Duarte Filho para investigar o fato, respalda pelos demais colegas e acatada por Zó – embora este não tenha acusado diretamente a Diocese. “Acho que não é a Diocese, são pessoas que estão infiltradas, usando a Diocese, usando a Igreja Católica. Poderíamos fazer uma CPI, com assinatura dos 21 vereadores, para investigar quem são estas pessoas”.

Integrante da bancada de oposição, José Carlos Medeiros (PV) disse que a CPI deveria ser mais abrangente: “Além dessa questão da Diocese, vamos aproveitar a oportunidade para investigar também o Delta Park, a Nova Juazeiro, como também o Parque de Vaquejada”. Mas Zó rebateu de imediato.

“Vereador, não misture alhos com bugalhos. O senhor tem de parar com insinuações, por respeito à cadeira que o povo lhe deu, repreendeu. Toda vez que se fala qualquer assunto aqui, o senhor vem com insinuações. Acho que o senhor tem um amor recolhido pelo prefeito Isaac, ficou no meio do caminho, e aí toda vez tem que misturar Isaac (em qualquer assunto). É assim mesmo. Toda vez que você tem um amor mal resolvido, fica só pensando nesse amor”, brincou Zó. (Com informações da assessoria)