Grandes panes na oferta de telefonia fixa, móvel e banda larga marcaram os últimos anos no setor de telecomunicações. Desde a falha no Speedy da Telefônica em São Paulo, que deixou os paulistanos sem acesso à Internet por dois dias em 2008 ou, mais recentemente, da paralisação dos serviços na Bahia, após um incêndio em uma central da Oi, comprometendo até mesmo as apostas dos baianos na Mega Sena da Virada 2010, são argumentos para que deputados federais desconfiem que as falhas reiteradas, mais do que fatalidades, são sinais de que algo vai mal nas operações.
O deputado João Carlos Bacelar (PR/BA) iniciou o ano recolhendo assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para passar a limpo o que está ocorrendo no setor. Muitas iniciativas de CPI nas telecomunicações naufragaram nos últimos anos, mas a nova proposta tem uma peculiaridade que pode fazer com que, desta vez, o desfecho seja diferente. O foco da investigação nada mais é do que a busca de respostas sobre porque o brasileiro paga tão caro por um serviço que apresenta tantas falhas.
O deputado já conseguiu 180 assinaturas aderindo ao requerimento de CPI, nove a mais do que as 171 necessárias para a criação da comissão de investigação. Mesmo com a folga no número de apoiadores, Bacelar quer ampliar ainda mais esta margem, afastando qualquer possibilidade de o requerimento ser rejeitado na conferência das assinaturas. Por isso, o deputado deverá entregar o requerimento apenas depois do Carnaval.


