Manga plantada em Petrolina conquista mercado europeu

por Carlos Britto // 28 de dezembro de 2010 às 11:07

Uma variedade de manga produzida no Vale do São Francisco está conquistando o paladar dos europeus. De origem americana, a manga kent não tem fibras como as outras variedades. O Vale tem aproximadamente mil hectares ocupados pela manga Kent – a produtividade é de cerca de 20 toneladas por cada hectare.

A fazenda do gerente comercial Paulo Dantas  fica em Belém do São Francisco – ele começou o plantio desta variedade da fruta em 1997. “Desde o início nós observamos que o mercado apresentava certa preferência pela manga kent, exportada então pelo México. Isso começou a despertar o interesse em trazer a kent para o Brasil. Em 1997 eu fui pessoalmente, numa aventura no México, buscar as primeiras mudas de kent”, conta o produtor.

Origem americana, produzida no Brasil e consumida pelos europeus. A ausência de fibras é uma das características que fazem a fruta ser tão procurada por consumidores internacionais. “É o diferencial dela. A gente costuma dizer que é a manga que se come de colher”, explica o agrônomo Leonardo Dantas.

A safra deste ano, na fazenda, será de três mil toneladas. É preciso cuidado como manejo para não comprometer quase oito meses de trabalho. Sobre a casca, uma camada de cal protege a fruta do sol forte nordestino. “O maior cuidado que a gente tem quando está colhendo é no contato com a tesoura e também para não perfurar com a unha. Ter os cuidados também com os contentores, no lugar que coloca também, sempre deitada para não quebrar o talo e “desleitar” a manga”, ensina Valdomiro Freitas, coordenador de embalagens.

Fabiano Ramos é outro brasileiro que arriscou investir nessa produção. A fazenda na zona rural de Petrolina vende tão bem no mercado externo que ele já pensa em ampliar os negócios no Brasil. “Inicialmente São Paulo, que é o grande centro de consumo, depois Rio de Janeiro, Curitiba e aí partir para o Nordeste, que também tem um potencial muito grande de desenvolvimento dessa variedade”, diz o produtor Fabiano Ramos.

Como a kent tem 20% de manga colorida, ela é mais valorizada na Europa e são exportadas por via aérea, principalmente para a França, onde eles pagam pelo sabor e pelo visual da fruta“, explica Paulo Dantas. Segundo ele, os 80% de manga que têm pouca coloração vermelha abastecem as redes de supermercado da Europa, o grande mercado. “Esses clientes já sabem que apesar da fruta ter casca verde, o sabor é o mesmo“, arremata Dantas. (informações e foto: Pe360graus)

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