O financiamento para projetos é uma das dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores da Embrapa Semi-Árido para acelerar a diversificação da fruticultura no Vale do São Francisco. Por enquanto, os recursos para pesquisa estão saindo dos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Nos últimos três anos formam desembolsados cerca de R$ 1,6 milhão.
“As instituições de pesquisa têm se mostrado receosas em financiar pesquisa de fruta de clima temperado no Semi-Árido. Os pesquisadores acham que isso é uma maluquice, mas os resultados do pomar experimental demonstram que estamos no caminho certo”, defende Paulo da Roberto Coelho Lopes, conhecedor das peculiaridades do Vale do São Francisco há 22 anos. Ele conta que amanhã estará em Santa Catarina para participar de reunião com dois dos maiores especialistas em pesquisa de produção de maçã do Brasil.
“Encaminhei um projeto que foi negado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e agora vou apresentar outro à Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). É preciso ter uma regularidade de liberação de recursos”, afirma.
O cultivo da maçã numa região com altas temperaturas durante a maior parte do ano ganhou destaque no campo científico. Isso porque a maçã é uma fruta de clima temperado, algumas variedades exigem entre 300 e 350 horas de frio com temperatura em torno de 7º C. Mas a Embrapa afirma que os limites climáticos estão sendo superados. No Vale do São Francisco, as variedades de maçã que tiveram melhor adaptação ao clima quente da região foram Eva, Julieta e Princesa, especialmente essa última. Elas sofreram indução genética para frutificarem no período da entressafra nacional, o que coincide com os meses de junho e julho, tradicionalmente os mais frios no Sertão com média de temperatura mínima oscilando de 18º a 20º C. (Fonte: Jornal do Comércio)


