Os principais representantes dos mototaxistas de Petrolina, José Vicente Barbosa (Coopermotáxi/Simpropet) e Milton Barbosa (Sindimotos) – que apesar do sobrenome em comum, nada têm de parentesco – voltaram a defender seus posicionamentos em relação ao serviço, reforçando algumas críticas.
Durante a audiência de ontem (24) na Casa Plínio Amorim, os dois até chegaram a convergir em alguns pontos. A falta de fiscalização devido ao pouco efetivo da EPTTC foi um deles. José Vicente criticou a falta de investimentos da prefeitura na organização dos profissionais, que pagaram caro (quase R$ 1 mil, segundo ele) para atender a todos os critérios exigidos, mas sequer têm pontos fixos ou abrigos de proteção contra sol ou chuva.
Já Milton foi ainda mais duro. Lembrou que antes do serviço de mototáxi ser legalizado, a fiscalização – tanto do município quanto do estado – era eficaz para multar, prender e humilhar os profissionais. Até cobrar propinas, cobravam – referindo-se a certos agentes da EPTTC.
Em tom de ironia, o presidente do Sindimotos disse achar que “as canetas dos agentes de trânsito secaram ou o comércio está em falta de canetas”, porque a mesma eficácia não existe mais agora. Milton também admitiu o pouco quantitativo de agentes da EPTTC para dar conta da fiscalização, até porque o número de mototaxistas aumentou em comparação há quatro anos (inclusive os clandestinos).
Mesmo assim ele fez denúncias contundentes contra os órgãos fiscalizadores. Primeiro, disse que os agentes “perseguem” os mototaxistas em relação à viseira do capacete, uma vez que não cobra de outros motociclistas a norma de pilotar com a viseira fechada.
Milton revelou ainda que um certo funcionário público foi flagrado na avenida São Francisco, em sua hora de folga, atuando no serviço com a conivência da EPTTC. Para completar o discurso, ele voltou a justificar que o momento não é de pedir reajuste de tarifa na corrida do mototáxi enquanto não tiverem melhores condições de trabalho, porque da mesma forma que a opinião pública ajudou a fortalecer a categoria, pode agora – já que a maioria absoluta dos usuários é contra o aumento de R$ 4 para R$ 8 na tarifa – fazê-la perder força.
Pelo que se viu ontem, essa discussão ainda não está nem no início. A impressão que fica é a de que a implantação do serviço de mototáxi em Petrolina foi feita absolutamente sem se pensar em um planejamento organizacional em curto e médio prazo – tanto sob a ótica do município quanto dos profissionais que tirariam seu sustento do mototáxi. E algo precisa ser feito.




Polícia tem que “perseguir” é bandido, e não pessoas que por falta de oportunidade, estão tentando sustentar sua família com esse singelo emprego.
Acredito na capacidade que o Milton Barbosa tenha para representar os moto-taxistas da cidade de Petrolina.
É sempre bom, ler esse tipo de matéria.
Obrigada!