ONG de Abaré apresenta Sistema Integrado de Culturas e garante lucratividade

por Carlos Britto // 29 de junho de 2017 às 10:00

Visando a sustentabilidade social, econômica e ambiental, o empresário Marcelo Tolentino (à esq) criou uma Organização Não Governamental (ONG) que ajuda o homem do semiárido a ter lucro a partir de poços artesianos. E nesse contexto destaca-se o Sistema Integrado de Culturas (SIC), atividade que faz parte do Instituto Nacional de Desenvolvimento de Recursos Agropecuários e Aquícolas (INDRAA), que funciona na localidade de Icozeira, em Abaré, no norte da Bahia.

Sócio-fundador do INDRAA, Tolentino disse que iniciou o projeto há dez anos e agora está expandindo para outras localidades sertanejas. De acordo com ele, o objetivo do projeto é gerar lucro a partir de poços artesianos, além de fazer com que o homem do campo consiga conviver com a seca. “A gente conseguiu fazer com que o homem consiga ter renda em locais inesperados. Para que o projeto seja colocado em prática, basta perfurar um poço artesiano”, comentou o empresário, em entrevista a este Blog.

O engenheiro de pesca, Berg Almeida, explicou como o projeto funciona. “A dimensão do projeto é dada  a partir da vazão de água do poço. A partir de 300 litros d’água a gente consegue desenvolver o sistema”, contou. A água que vai para os tanques é a mesma que irriga a plantação. “É um círculo. Com pouca água a gente consegue ter bons resultados”, garante o engenheiro de pesca.

Além de peixes e camarões, o projeto ainda tem capacidade para suprir as necessidades de outras culturas – como caprinos, ovinos e bovinos -, além da fruticultura. Uma vantagem do projeto é que o produtor vai produzir a própria ração. Essa ração é feita a partir de palma e outros produtos testados que deram certo. “Esse projeto tem o beneficio do reuso da água, que terá aproveitamento máximo. Nós conseguimos gerar renda em todos os ambientes”, frisa Berg.

Marcelo Tolentino explicou que água salgada não é problema. “Nós fizemos os estudos para saber quais plantas sobrevivem com determinado teor de salinidade, mas isso não é um problema. Em seis meses, o projeto começa a dar resultados financeiros”, disse. O investimento para um projeto de grandes proporções varia de R$ 65 mil a R$ 80 mil, mas pode ser bem menor.

Parcerias

A partir desse investimento, o lucro é de R$ 15 mil mensal. O financiamento pode ser feito através do Banco do Nordeste. “Estamos buscando parcerias com prefeituras e ONGs, e nós vamos instalar unidades demonstrativas nessas cidades. A gente não só faz o projeto, a gente assiste o projeto. Muitas vezes o produtor não usa os recursos da forma adequada. Então, a gente sugere ao Banco que não disponibilize os recursos diretamente para o produtor e sim disponibilizar o projeto. A gente fica responsável pela orientação e treinamento de cada produtor. Só terminaremos o projeto quando começar a dar lucro”,

Para Tolentino, com todas essas técnicas o produtor acabará com o ‘efeito sanfona’, quando o produtor vende parte do seu rebanho para ter renda e custear a alimentação dos que sobram. “Queremos levar desenvolvimento para locais afastados das margens do Rio São Francisco – e estamos conseguindo”, finaliza. O empresário ainda revelou que várias cidades da região já sinalizaram positivamente e devem apoiar o projeto. Quem quiser outras informações sobre o SIC pode entrar em contato pelo telefone (87) 9 9949-1115.

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