Morre o cantor e Rei do Brega Reginaldo Rossi

por Carlos Britto // 20 de dezembro de 2013 às 10:42

Faleceu às 9h40 desta sexta-feira (20), o Rei do Brega, o cantor Reginaldo Rossi. O artista pernambucano de 70 anos morreu depois de permanecer 23 dias internado no Hospital Memorial São José, na Boa Vista, no Recife. Ele havia sido internado com dores no tórax e nas costas, mas descobriu a existência de um tumor no pulmão, enfrentou sessões de quimioterapia, hemodiálise e precisou de sedação e ajuda de aparelhos para tratar a doença.

A informação foi confirmada pelo médico Murilo Guimarães, pneumologista do cantor e compositor. Ele teve falência múltipla de órgãos. Reginaldo Rossi entra para a história da música como uma das vozes mais românticas do país. Em mais de 50 anos de carreira, ele cantou os desencontros do sentimento humano, especialmente ilusões, fetiches, dores e desamores comuns aos relacionamentos. Contemporâneo de uma geração tachada de brega por cantar canções idolatradas pelo povo, ao lado de Odair José, Amado Batista, Wando, Agnaldo Timóteo, Fernando Mendes, entre outros, Rossi inverteu a lógica do rótulo e abriu espaço para um gênero musical marginalizado no Brasil.

O cantor reformulou o conceito de brega e, com músicas e declarações, esfregou na cara da sociedade a incoerência entre a crítica e a vida real. Democratizou os sentimentos, uniu pobres e ricos nas emoções e na mesa do bar, universalizou a dor, o amor, o chifre e a alegria da roedeira ao pé de um garçom, definido por ele como o confessor da humanidade, personagem inspiração para o maior sucesso musical. “Quando o chifre dói, o diploma cai da parede”, “Não há quem não bregue depois de três doses” e “No mundo inteiro, é romântico, mas, aqui, quem faz romantismo é brega” foram frases de uma filosofia levada adiante em mais de 300 composições gravadas ao longo da carreira.

Com o microfone nas mãos, desferiu golpes duros no machismo, ao exigir igualdade amorosa para as mulheres, criticou a hipocrisia homofóbica, deu leveza ao chifre, calo social brasileiro muitas vezes combustível para atos de violência. “Por que o homem pode chifrar, chifrar, chifrar e a mulher não pode fazer nada?”. Rossi deu transparência ao sentimento.

O cantor havia se apresentado pela última vez em João Pessoa, depois de enfrentar três apresentações seguidas no Manhattan Café-Theatro, em Boa Viagem, no Recife. Estava com show marcado no revéillon, no Pina, Zona Sul do Recife, cidade cujo hino informal é uma de suas composições mais adoradas: “Recife, a minha cidade, o meu lugar”. Fumante inveterado de mais de dois maços de cigarro ao dia, consumidor de uísque misturado com Coca-Cola e jogador contumaz de pôquer, Reginaldo deixa a esposa Celeide e o filho Roberto. Mais: deixa órfão uma legião de fãs acostumados a cantar, sorrir e chorar ao som de letras capazes de desvendar e espalhar cada retalho da alma humana. (do Diário de PE)

Morre o cantor e Rei do Brega Reginaldo Rossi

  1. GUILHERME VITOR disse:

    CALOU-SE ME GRANDE ÍDOLO…EMUDECEU UMA LINDA VOZ…SE FOI UMA GRANDE FIGURA HUMANA

    1. Pedro Henrique disse:

      Pena que não levaram ele para a tempo para São Paulo, cidade que tem melhor estrutura médica do que Recife, isso poderia ter salvo a vida dele.

  2. POPO disse:

    Uma grande perca no meio musical, Siga em paz e que vc possa propocionar mutas alegria la em cima, Tenha um bom lugar…

  3. Machado Freire disse:

    O meu sentimento, neste momento, é da perda de um ser humano dono de uma simplicidade extraordinária, de um ídolo popular de uma profundidade especial em todas as camadas da população.
    Reginaldo era um profissional incomparável, inteligente, criativo e com um enorme senso de humor.

    Nunca vi Reginaldo triste, se lamentando.

    Ele sempre foi uma pessoa alegre e tratável.

    Reginaldo tinha a cara do povo, razão de ser da minha admiração e do prazer que eu sentia -e continuo sentindo, como seu fã incondicional.

    Deus o levou agora, para mim ainda muito novo, embora o nosso desejo era de que nosso Rei Rossi ainda tinha muito tempo para nos alegrar, animar o povão nas suas apresentações e nas músicas que todo o mundo0 canta.

    A música Garçon traduz tudo sobre a boemia e tem um significado especial: é, na verdade, na mesa do bar onde o amor é questionado, sentido, sofrido…

    Na mesa do bar ?! (eternamente), meu Rei Reginaldo Rossi !

  4. leninhapib@hotmail.com disse:

    conheci pessoalmente em 1994 em um show no recife ele mim concedeu a honra de ir até o camarim q figura…. de uma simplicidade sem tamanho…. adorei ver ele cantando a “raposa e as uvas”, no palco realmente dava um show ninguem conseguia ficar quieto!!!!… e avida segue com as saudades…

  5. jorgilson disse:

    Esse sim era fera, sempre será lembrado.

  6. POPO disse:

    Reginaldo Rossi sera pra eternidade c/suas musica brega.. Que Deus o tenha em um bom lugar…Saudades…

  7. Cesar Pinto disse:

    Belo texto, Parabéns ! Resumiu de forma perfeita “o mago da mesa de bar”.

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