Inema esclarece que não vai multar produtores da borda do Lago de Sobradinho

por Carlos Britto // 12 de dezembro de 2015 às 09:00

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O Povoado de Brejo de Fora, no município de Sento Sé, norte da Bahia recebeu, na última quinta-feira (10), uma audiência pública que discutiu a situação dos produtores rurais da borda do Lago de Sobradinho, diante da baixa vazão do Lago. A audiência, realizada pelos agricultores com o apoio do Consórcio Sustentável do Território do São Francisco (Constesf), contou a participação de representantes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab); da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema); do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do presidente do Constesf e prefeito de Sobradinho, Luiz Vicente Berti, e demais autoridades políticas.

Na ocasião, os participantes levantaram uma discussão com o objetivo de elencar possíveis soluções para os agricultores que foram notificados pelo Inema. Eles foram advertidos a não plantarem na área de vazante do lago, ou seja, a que fica exposta com a baixa vazão, com o uso de agroquímicos. Diante das notificações, as famílias que dependem da agricultura clamam por alternativas para que não deixem de cultivar seus produtos e, consequentemente, percam a sua fonte de renda.

Em sua fala, Luiz Vicente Berti, salientou o seu compromisso junto aos agricultores. “O Constesf, junto com todos os órgãos aqui presentes, está buscando uma maneira de desenvolver o território de maneira sustentável, priorizando o diálogo, para que alcancemos um resultado satisfatório para ambas as partes e de maneira que não comprometa a saúde da população”, declarou.

reunião produtores borda do lagoDe acordo com o coordenador regional do Inema, Anselmo Vital Matos, os agricultores foram advertidos, mas não serão multados. “O que o Inema fez não foi proibir e nem impor, nós fizemos uma advertência e estamos aqui para encaminhar soluções junto com vocês. O uso de agrotóxicos próximo ao lago e a construção de cercas são proibidos. Quero parabenizar todas as associações que apresentaram propostas, nós precisamos desse momento para aliar forças  e cobrar responsabilidade das instituições. Temos que ouvir esse lamento. Não podemos permitir que o ribeirinho passe fome na borda do Rio São Francisco”, frisou.

Propostas

Entre as soluções propostas pelos agricultores estão a instalação de canais de aproximação e um prazo maior para que continuem utilizando a área de vazante para plantio, até que encontrem outras soluções que possibilitem a subsistência das famílias. “Não temos condições de fazer uma captação de água a 10 ou 15 quilômetros. O que vai acontecer com os agricultores que não podem mais plantar na área de vazante? Não queremos fazer mudança na lei, mas queremos cobrar políticas públicas, pedimos que seja feito um trabalho para que esses agricultores se adequem às regras. O problema não é só econômico, é social”, destacou a representante dos agricultores, Ângela Nunes.

A partir da audiência, uma comissão formada membros do Inema, representações políticas, Constesf e agricultores foi criada para deliberar as próximas ações que auxiliem os agricultores. Um documento final expondo os problemas e a proposições dos produtores será entregue a todas as autoridades competentes. (fonte: Ascom Constesf/fotos: Felipe Henrique)

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