O atual diretor-presidente da Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina (AMMPLA), Geraldo Miranda, saiu em defesa do Governo Miguel Coelho ao rebater recentes declarações feitas pelo vereador de oposição Domingos de Cristália acerca do projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), idealizado na gestão passada. Entre outras críticas, Domingos afirmou, utilizando-se das redes sociais, que a atual gestão “perdeu prazos” para sacramentar o convênio com o governo federal.

Conhecedor do projeto, Geraldo Miranda assegura que isso nunca aconteceu. O gestor da AMMPLA afirma que não se tratava de uma linha de crédito perdida pelo município, mas de um empréstimo que a atual administração “se livrou de contrair”, porque seria “muito danoso” ao município.

“Só para a população saber, seria um empréstimo de R$ 90 milhões para construir um trilho. Mas eu queria que o vereador me dissesse qual foi a equipe que fez esse parecer no termo como viável a implantação do VLT em Petrolina. Qual foi essa consultoria?”, questionou. Ao contrário, Geraldo mostrou ao Blog um estudo encomendado pelo então prefeito Julio Lossio (o Pró-Mobi), o qual apontava a inviabilidade do projeto.

O diretor-presidente da AMMPLA indagou ainda se Domingos de Cristália sabe o valor pago pela administração passada à consultoria, e qual o serviço prestado pela mesma. O que Geraldo diz ter tomado conhecimento é que essa empresa recebeu R$ 900 mil e não apresentou nenhum tipo de relatório. “No final o que ficou valendo foi o prefeito (Miguel Coelho) ter solicitado o cancelamento de um empréstimo solicitado pela gestão passada”, cutucou. “O vereador emprenhou pelo ouvido. Ele não sabe o que está falando”, completou.

TCE

Geraldo pôs ainda mais lenha na fogueira ao levantar questões a serem respondidas pelo vereador. A primeira: por que se o VLT era tão bom, não foi feito nos oito anos do Governo Lossio? A segunda: por que o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) desaconselhou o então prefeito a não contrair o empréstimo? A terceira e última: por que o antecessor de Miguel não respondeu nem ao relatório do TCE-PE.

Ele fez questão de ressaltar que sua análise é estritamente técnica, e não política. “Não quero misturar as coisas. Estou falando como uma pessoa que está responsável por uma Pasta técnica, e tenho buscado cada dia mais me inteirar dessas situações técnicas para fazer as melhorias que acharmos necessárias”, declarou.

Justamente por estar tratando a polêmica apenas no campo técnico, Geraldo afirmou que há pontos positivos no Pró-Mobi que ele pretende tirar do papel, a exemplo de algumas sinalizações e intervenções no setor. “Enquanto a gente estiver na AMMPLA, o que tiver de coisas decentes, sérias, nós vamos aproveitar. Não temos esse tipo de resquício, sabe por que? o nosso foco (da atual gestão) é fazer trabalho. A política quem faz são eles”, concluiu.