Alepe pretende interiorizar discussões da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência

por Carlos Britto // 03 de maio de 2017 às 19:42

Um dos encaminhamentos da audiência pública em defesa dos autistas de Pernambuco, ocorrida nesta quarta-feira, 3, pela Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa (Alepe), é realizar audiências públicas da Frente fora do Recife, interiorizando os debates.

“Já há uma melhor estrutura aqui. Geralmente, as pessoas do Interior buscam a Capital para ter algum atendimento. Por isso, nós vamos até elas saber das dificuldades que enfrentam”, explicou a deputada Terezinha Nunes (PSDB), coordenadora da Frente e que também propôs a inclusão do Ministério Público de Pernambuco nas discussões.

O Colegiado discutiu as melhorias necessárias à inclusão e ao atendimento de pessoas com transtornos do espectro do autismo, especialmente nos sistemas de educação e saúde. Os problemas apontados e as propostas para resolvê-los serão sistematizados, ao término dos debates, em um relatório final a ser encaminhado para as autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coned-PE), Maria do Carmo Oliveira avaliou que a escola, isoladamente, não tem condições de fazer todo o atendimento necessário às crianças com autismo. Segundo ela, é necessário, portanto, articular serviços – como de psicólogos e fonoaudiólogos – com a área da saúde.

Representante da Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto), Ângela Lira endossou a avaliação: “Todo o mundo está empurrando a questão para as escolas, e a saúde está extremamente omissa”, lamentou.

Diretor da Associação de Amigos do Autista (AMA-Getid), Emerson Albuquerque indicou dificuldades para o diagnóstico precoce. Também relatou casos de escolas particulares que recusam a matrícula de crianças com autismo, alegando falta de estrutura, mesmo quando o comprometimento é leve.

“O autista tem condições cognitivas de se desenvolver, mas precisa de adaptações para atingir o que as outras pessoas alcançam”, enfatizou. Procuradora da Alepe e idealizadora de uma cartilha da instituição sobre o autismo, Juliene Santos ressaltou que o transtorno precisa ser tratado como epidemia, como em outros países. Ela destacou que faltam estatísticas e um setor específico no sistema público de saúde.

A deputada Terezinha Nunes avaliou que as escolas particulares estão menos preparadas do que as públicas para receber crianças e adolescentes com deficiência, por isso também devem ser incluídas nas futuras discussões. (Foto: João Bita-Alepe-divulgação)

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