Artigo do leitor: O racismo e o “retrocesso da sensibilidade”

por Carlos Britto // 13 de julho de 2015 às 20:08

morgadoDiante dos novos casos de racismo divulgados na mídia nacional, o professor Clesio Morgado, decidiu enviar um artigo ao Blog no qual se posiciona sobre o assunto. No artigo, o professor lamenta a prática e diz que a humanidade está “retrocedendo no campo da sensibilidade”.

Acompanhem:

É visível o retrocesso da sociedade contemporânea, pois se avançamos no âmbito da “educação e dominamos as ferramentas tecnológicas”, retrocedemos na prática da sensibilidade e do respeito mútuo, exemplo: não mais lavrarmos uma carta com versos, estrofes e rimas destinada aos nossos amigos, não gozamos mais do esforço mental para resolver uma expressão numérica. Por que estas coisas viraram demodé? Assim sendo, os programas avançados digitam através do comando de voz, e a calculadora cientifica dá o resultado do cálculo desejado para o sujeito que usufrui da praticidade, mas perde no dever de exercitar o cérebro.

Os avanços significativos são notórios, todos têm o direito de adquirir a formação básica, adentrar nos recintos universitários ou nos cursos tecnólogos pós-médios, todos têm o direito de sonhar e construir pontes para a igualdade plena. Contudo, fatos gritantes tendem a permanecer no ceio da sociedade. Exemplo: a jornalista Maria Júlia Coutinho sofreu com o preconceito racial; os jogadores de futebol Daniel Alves, do Barcelona, Grafite, do São Paulo, e Obina, do Palmeiras, entre outros, também sofreram com o preconceito racial. Um jovem de 27 anos foi ao centro comercial de Juazeiro com as indumentárias simples e sofreu preconceito, pois os vendedores simplesmente o ignoraram, e depois de 10 minutos o jovem foi atendido por um vendedor com tom de superioridade. E este julgamento prévio ilícito cometido pelo vendedor também é preconceito.

Caro leitor, estas alinhas são expressões sofridas pelo ‘eu’ lírico, pois o preconceito está arraigado na prepotência humana. O célebre Albert Einstein relata: “época triste a nossa, mais fácil quebrar um átomo do que o preconceito!”. Explicação lógica (do latim atŏmum, um átomo é a quantidade menor de um elemento químico com existência própria, considerada indivisível). Dessa forma, fica a pergunta: quem nunca sofreu preconceito/pré-conceito?

Portanto, convoco a todos a proferirem bem alto pra lá a toda ação ou expressão que corrompe ou denigre a dignidade humana, independente de cor, raça, religião ou detenção financeira. Somos iguais! Todos iguais perante as leis teocêntricas, ou as constitucionais do nosso país. 

Em suma, devemos proclamar com bastante afinco um pra cá a todo sentimento benéfico, de paz, igualdade, prosperidade para a nação brasileira. Assim sendo, vejo com expectativa de abolir todas as formas preconceituosas, o investimento no protagonismo da juventude letrada consciente e preocupada com o presente bem articulado no intuito de gozarmos a prosperidade no futuro.

Clesio Morgado/Professor

Artigo do leitor: O racismo e o “retrocesso da sensibilidade”

  1. Luana disse:

    Muito bom! Esse professor é o cara. Super que admiro!

  2. Telmo Kiguel disse:

    Para entender a importância da pergunta:” quem nunca sofreu preconceito/pré-conceito?”
    sugerimos:
    http://saudepublicada.sul21.com.br/2014/05/11/conduta-discriminatoria-tentativa-de-conceituacao-motiva-correspondencia-entre-psiquiatras-2/

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