Neste artigo o leitor José Souza, que mora em Santa Cruz (PE), Sertão do Araripe, afirma que as práticas ilícitas que acontecem no país estão impregnadas por toda parte, inclusive na sua cidade.

Confiram:

Caro Carlos Britto,

Sou leitor diário do seu blog e venho acompanhando com muita tristeza e indignação o desenrolar das mazelas políticas do nosso País. O PT e sua corja, que se diziam defensores dos pobres, usam do poder para enriquecimento ilícito dos seus caciques com o propósito de se perpetuarem no poder. Tanta roubalheira fruto de uma desgovernança promovida por um toma lá, dá cá ao Congresso Nacional.

Se analisarmos, hoje, aqueles que foram eleitos para nos representar, representam apenas a corja de ladrões, porque o trabalhador, aquele que paga seus impostos, que vive do seu suor como a grande maioria digna desse País, não pode ser representado por um Eduardo Cunha, nem tão pouco por um Renan Calheiros daqueles. E estamos pagando o preço altíssimo. E aqui a nossa Santa Cruz, cidadezinha pacata no pé da serra do Araripe, com apenas 14.800 habitantes e 24 anos de emancipada, já foi também acometida por essa febre brasílica.

A gestão atual vem fingindo de administrar, como se os recursos que entram fossem deles. O nome já diz, recursos públicos – é para retornar em ações para o nosso povo. Mas aqui é diferente. Analisando hoje o novo portal criado pelo TCE-PE, vi muitos recursos destinados à saúde, educação e agricultura, tudo só no papel.

Visitando o hospital, faltam médicos, medicamentos e até mesmo oxigênio, vital numa emergência. Passando nas escolas, todas sucateadas, falta material de apoio pedagógico aos professores, incluindo até mesmo uma simples folha; as salas de aula escaldantes, com mais de 40 alunos, sem nenhum aparelho de ventilação (vi uma aluna molhando a blusa da farda para tentar suportar o calor). A merenda escolar de péssima qualidade.

Passei também na Secretaria de Agricultura, e mesmo sendo um Município com população agrícola de 70% da população total do Município, não se tem um único programa de apoio ao homem do campo, que vem sendo castigado por estes últimos anos de seca. Até mesmo a água, que é um bem vital, lhes falta porque os carros pipas contratados recebem, mas não distribuem uma única carrada do precioso líquido (não têm uma única lista sequer de beneficiários assinada), comprovando as irregularidades.

E assim, o que observamos é uma administração dos recursos públicos em benefício de construção de patrimônio próprio, as notas fiscais existem de fato mas a execução, as ações não existem. Tudo maquiado e forjado são apenas papéis, papéis e mais papéis para comprovar o que não existe. É…já se foi o tempo em que elegíamos dignos representantes do povo. A maioria hoje só pensa em se eleger para beneficiar-se a si próprio. Senhor Gestor, faça uma reflexão, você não está administrando recursos próprios, são recursos do povo, aqueles que lhe depositaram confiança e que hoje clamam com a falta de assistência. Acredito ainda na justiça.

José Souza/Leitor