Antônio Carlos Chaves sobre saneamento de Juazeiro: “Não tem transparência. É tudo escondido”

por Carlos Britto // 06 de abril de 2015 às 19:30

antonio carlos chaves em reunião com vereadores juazeiroAtendendo a convite da Comissão Especial Provisória da Câmara de Vereadores de Juazeiro, o ex-vereador e ex-vice-prefeito Antônio Carlos Chaves compareceu à segunda reunião e questionou a situação do saneamento no município, os investimentos e a suposta não execução das obras. A reunião foi presidida pelo vereador Antônio Vargas (PT) na última quarta-feira (1º/04), em sessão aberta ao público, na Sala das Comissões na Câmara de Vereadores de Juazeiro.

Antes de iniciar as análises e deliberar as próximas ações da comissão, Chaves foi ouvido pelos membros e revelou a existência de um relatório do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) avaliando as bacias de decantação.

Elas vão se exaurir. Estão sendo implementados mais lotes habitacionais como Minha Casa, Minha Vida, Nova Juazeiro e Delta Park, que somam mais de 30 mil lotes”, apontou. Chaves ainda criticou o processo de licenciamento ambiental para esse tipo de obra, “Não tem transparência. É tudo escondido”.

Ele questionou o valor de investimento no saneamento divulgado pelo governo municipal. “Disseram que foi R$ 65 milhões para a nova etapa do saneamento. Houve licitação na contratação da Coesa no início dessa nova etapa ou foi utilizado o contrato extinto? Quando a Coesa se ausentou que procedimentos foram feitos para que o SAAE assumisse o saneamento?”, indagou.

Chaves interrogou sobre a origem e finalidade dos recursos divulgados para o saneamento, “Esses recursos vieram para construir as elevatórias? Os recursos foram liberados pela Caixa? Se foi, quando foi? Gostaria de ter acesso às planilhas e detalhamento dos bairros saneados”, solicitou.

Membro da comissão, o vereador José Carlos Medeiros (PV) agradeceu a presença do ex-vice-prefeito de Juazeiro e solicitou, ao mesmo, os relatórios do Inema sobre as bacias de decantação. “Gostaria de solicitar que os questionamentos fossem enviados oficialmente para a Comissão e que enquanto cidadão, o senhor pode continuar a investigação e enviar as informações para esta comissão”, declarou.

No seu depoimento Chaves destacou a situação do Rio Macarrão, que atravessa o bairro Malhada da Areia, próximo à creche Edvanda Santos Cardoso. Ele teria consultado um médico que mencionou os riscos à saúde das crianças.

O relator da comissão, vereador Francinalvo Leopoldo do Carmo (PT do B) solicitou contato do médico para ser ouvido na comissão. “Gostaria que o senhor passasse o nome desse médico para que possamos ouvi-lo na comissão, e solicito uma visita a esse canal do Macarrão”.

Irregularidades

Vice-presidente da comissão, Anderson Alves Cruz (PP) argumentou aos membros da comissão e a Chaves sobre os procedimentos para o licenciamento ambiental no município. “Como presidente da Comissão de Infraestrutura da Câmara e Meio Ambiente, participamos do licenciamento ambiental dos lotes Nova Juazeiro e Delta Park. Gostaria de saber se as denúncias realizadas anteriormente pelo senhor (Chaves) foram comprovadas pela justiça?”, questionou.

Anderson da Iluminação lembrou que, do projeto inicial para o saneamento, constavam 11 elevatórias a serem construídas, e elevou-se para 21: “Houve modificação no projeto”, esclareceu. Chaves citou supostas irregularidades no saneamento, nas gestões anteriores. O vereador Adriano Amorim Bastos (PROS) lembrou o motivo pelo qual foi criada a comissão. “Estamos aqui por causa das denúncias sobre as construções das elevatórias”, disse. O presidente da Comissão, vereador Mitonho Vargas (PT), concordou e pediu atenção para os objetos das denúncias.

A reunião foi encerrada com o registro das solicitações dos integrantes da comissão e os questionamentos de Chaves a serem analisados com o auxílio dos documentos enviados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), órgão executor da obra de saneamento. Uma nova reunião foi agendada para esta terça-feira (7), a partir das 9h. (fonte/foto: Ascom CMJ)

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