Veterinários e biólogos do Cemafauna comemoram nascimento de macacos bugios em recinto

por Carlos Britto // 28 de março de 2015 às 17:13

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bugiosQuando chegaram às instalações do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) os indivíduos adultos da espécie Alouatta caraya, conhecidos popularmente como bugio, um macho e uma fêmea, advindos de apreensões do Ibama, estavam magros e feridos. A fêmea chegou primeiro em 2012, com sinais de que era criada em cativeiro não autorizado e em 2013 o seu futuro companheiro de recinto, também veio bastante ferido porque havia entrado em uma propriedade particular e foi atacado por cachorros.

Os dois macacos ficaram isolados e passaram por acompanhamento clínico e nutricional. Já bem recuperados, em 2014 foram colocados em um mesmo recinto e alguns meses depois nasceu o primeiro filhote que atualmente tem 10 meses de vida. No início de março de 2015 mais uma surpresa para os biólogos e médicos veterinários do Centro: nasceu o segundo filhote.

De acordo com a médica veterinária Adriana Quirino, essa situação não costuma acontecer com frequência em animais que estão em cativeiro. “O macho já aparenta ter uma idade avançada porque tem um desgaste muito grande nos dentes e a gente não pensava que eles conseguiriam procriar. Foi uma surpresa quando o primeiro filhote nasceu e agora com o segundo vemos uma família bem formada, um macho com comportamento mais voltado para a proteção do bebê“, celebra a veterinária.

O próximo passo a seguir, de acordo com a veterinária, é alocá-los para o recinto de primatas do Cemafauna, com uma área de 1.251 m², para o processo de reabilitação que possibilitará a introdução deles à vida livre. “Nosso desejo é que eles possam viver na natureza como deveria ser desde o início. Estamos cuidando para que os hábitos desses animais sejam readquiridos para que evitem o contato com humanos e retomem o papel deles na vida selvagem“, afirma Adriana.

Mais sobre a espécie

Os bugios ocorrem principalmente no Brasil, Argentina e México, em florestas tropicais úmidas e savanas. Na região nordeste brasileira habita áreas de transição dos  biomas caatinga e mata atlântica, sendo arborícola, ficando em copas de árvores de grande porte. Se alimentam de folhas e frutos e chegam a pesar até dez quilos, sendo assim, considerados um dos maiores primatas neotropicais. Outra curiosidade é o fato de ser reconhecido como um grande barulhento já que sua vocalização pode ser ouvida em até cinco quilômetros de distância. Ainda não constam nas listas de animais ameaçados de extinção. No entanto, os biólogos alertam para a preservação dos habitats naturais que abrigam não somente essa espécie como também muitas outras que compõem um bioma equilibrado. (fonte/foto: Assessoria/Cemafauna)

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