Mais de 11 milhões de chaves Pix tiveram dados cadastrais expostos em um vazamento registrado no Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), que conecta juízes ao Banco Central (BC). A informação foi confirmada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na noite desta quarta-feira (23).

Segundo o CNJ e o BC, foram acessadas indevidamente 11.003.398 chaves Pix. As informações expostas incluem nome da pessoa, chave Pix, nome do banco, número da agência e número da conta. O incidente aconteceu entre domingo (20) e segunda-feira (21), e, de acordo com o CNJ, foi prontamente corrigido.

Ambos os órgãos reforçaram que não houve vazamento de dados sensíveis, como senhas, movimentações financeiras, saldos em conta ou qualquer outra informação protegida por sigilo bancário. As informações acessadas são de natureza apenas cadastral, o que não permite movimentação de recursos nem acesso às contas.

O Sisbajud é a ferramenta usada pelo Judiciário para requisitar informações bancárias e bloquear ativos de devedores. Ele substituiu o antigo BacenJud e tornou mais ágil a comunicação com o sistema financeiro para o cumprimento de ordens judiciais.

O CNJ informou que disponibilizará, em breve, uma ferramenta online para que os cidadãos possam consultar se tiveram seus dados afetados. Essa verificação será feita exclusivamente pelo site oficial do Conselho (www.cnj.jus.br). O órgão alertou que não fará contato por telefone, e-mail, SMS ou mensagens privadas.

O Banco Central, por sua vez, declarou que adotou as medidas necessárias para apurar o caso e classificou o impacto como baixo. Apesar de a legislação não exigir notificação formal aos usuários, o BC decidiu divulgar a ocorrência em respeito ao princípio da transparência. A autarquia também vai publicar mais informações sobre o caso na página oficial dedicada aos registros de exposições e vazamentos de dados desde a criação do Pix. (Fonte: Agência Brasil)