Universidades federais de Pernambuco sofrem cortes no orçamento; Univasf tem mais de R$ 15 milhões bloqueados

por Carlos Britto // 03 de maio de 2019 às 10:00

Campus Sede da Univasf, no Centro de Petrolina. (Foto: Blog do Carlos Britto)

Três universidades pernambucanas estão na mira dos cortes orçamentários anunciados pelo Ministério da Educação (MEC). As universidades federais de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Vale do São Francisco (Univasf) tiveram redução de 30% nos valores previstos para este ano. Na quinta-feira (2), a UFPE, principal universidade do estado e uma das bem conceituadas do país, teve R$ 55,8 milhões bloqueados pelo governo federal.

De acordo com o pró-reitor de Planejamento da UFPE, Thiago Galvão, a universidade foi surpreendida com o bloqueio financeiro. Do total embargado, R$ 50 milhões são referentes ao orçamento de manutenção da instituição de ensino superior. O corte representa 30% do total anual voltado para manutenção da universidade. “Trata-se dos valores usados para pagamento de contas de energia, limpeza, segurança, além de manutenção de equipamentos. Já temos contratados R$ 89 milhões para este ano, isto é, de estimativa de gasto. O bloqueio representa mais da metade do que temos de previsão“, afirmou.

Segundo Galvão, para garantir o pagamento de contas básicas para o funcionamento da universidade – como energia e segurança -, alguns pagamentos podem sofrer cortes grandes, como o de manutenção de equipamentos. Além do corte no orçamento de manutenção, a UFPE sofreu um bloqueio de R$ 5,8 milhões do orçamento de investimento, usado na aquisição de novos equipamentos, de aparelhos de ar-condicionado, compra de computadores, construção de novos prédios, por exemplo.

Sobre o assunto, a Universidade Federal Rural de Pernambuco informou que, em abril, recebeu o comunicado de um corte orçamentário de 20% nas despesas de custeio e investimento, o que significa algo em torno dos R$ 11 milhões. “Desde então, a instituição busca mecanismos para garantir o funcionamento de suas atividades até o fim do ano. Essa redução afeta diretamente áreas como segurança, limpeza, pagamento de água e energia elétrica, entre outros serviços essenciais“, respondeu, em nota.

Com a perspectiva de a redução atingir 30% no que estava previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019, ações de ensino, pesquisa e extensão serão diretamente prejudicadas ou mesmo inviabilizadas. Até o momento, o valor desse contingenciamento não foi comunicado oficialmente pelo Ministério da Educação. A UFRPE avalia que medidas serão tomadas caso se confirmem oficialmente esses cortes“, informa a universidade.

Univasf

Já a Univasf respondeu que a maioria das ações da universidade foi atingida com o bloqueio de 30% do orçamento. “Abrange ações de fomento à graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão; contratos; capacitação de servidores; programas de restruturação e modernização. Esta medida do governo federal alcança e afeta diferentes serviços das universidades, tanto no campo administrativo como também acadêmico“, pontuou, em nota.

No texto, a universidade destaca ainda que “o percentual de 30% equivale ao bloqueio de mais de R$ 11 milhões do orçamento de custeio da Univasf. Com relação a investimento, incluindo emendas parlamentares, o bloqueio é de mais de R$ 6 milhões, atingindo 84% do orçamento programado. Os impactos decorrentes são a redução imediata da capacidade de investimento em obras e aquisição de equipamentos“.

A Reitoria da Univasf ressalta também que as iniciativas internas serão tomadas no sentido de ajustar as despesas ao orçamento decorrente da medida, em caráter emergencial. Contudo, a expectativa é que a situação de bloqueio destes recursos, seja revertida pelo MEC já no segundo semestre, como foi anunciado. “O orçamento do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) destinado à assistência aos estudantes de ensino superior permanece inalterado para respectiva execução, mas indiretamente é também impactado pela retração no orçamento global de custeio da instituição, visto que os recursos do Pnaes não são suficientes para atender a todos os estudantes da Univasf em situação comprovada de vulnerabilidade socioeconômica“.

Cortes

O Ministério da Educação anunciou, nessa terça-feira (30), que todas as universidades federais do país sofrerão corte de 30% em seus orçamentos. A medida foi tomada após a pasta ser alvo de críticas por ter reduzido as verbas destinadas à Universidade de Brasília (UnB), à Universidade Federal Fluminense (UFF) e à Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A diminuição dos recursos das três instituições tinha sido anunciada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nessa segunda (29). Ele justificou que as reduções no orçamento da UnB, da UFF e da UFBA foram definidos porque as três instituições estariam com sobra de dinheiro para “fazer bagunça e evento ridículo“. (Fonte: Diario de PE)

Universidades federais de Pernambuco sofrem cortes no orçamento; Univasf tem mais de R$ 15 milhões bloqueados

  1. Defensor da liberdade disse:

    O que se gasta com o ensino superior é realmente absurdo, mas a generalização que este governo formado por patetas, e assessorado por um velho mentecapto e senil como o vigarista da Virgínia faz, como se todo mundo que estuda numa universidade pública fosse um degenerado da vida, é tão rídicula quanto este governo. Garanto que tem muito mais lugar para cortar do que na educação. Posso citar os vultosos subsídios que este governo estelionatário eleitoral está mantendo para os magnatas e o baronato da industrial local.

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