Na última quinta-feira (15), trabalhadores da Usina de Asfalto da empresa Climex, terceirizada da Prefeitura Municipal de Petrolina, procuraram o Blog para denunciar as más condições de trabalho no ponto de apoio de recuperação de vias públicas, localizado ao lado do depósito da Polícia Civil.

A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) como luvas, botas e máscaras – além da ausência de banheiros, de um local apropriado para guardar os pertences ou até para descansarem após o almoço – estão entre as principais reclamações dos trabalhadores. “Nós trabalhamos com substâncias químicas altamente inflamáveis, com gás, e não temos os materiais apropriados”, desabafou Iosmar Félix dos Santos.

De acordo com os trabalhadores, dias atrás aconteceu uma explosão nos tambores que são utilizados na preparação de uma emulsão utilizada na fabricação do asfalto. “Teve até explosão aqui. Pediram pra gente colocar fogo para amolecer a emulsão que estava dura e aí uma tampa plástica derreteu, o líquido do tambor vazou e explodiu”, afirmou René Alberto Clementino.

Outra denúncia feita pelos trabalhadores é a demissão de dois colegas, efetuada pessoalmente pelo secretário de infraestrutura do município, Ricardo Rocha, que os acusou de embriaguez. “Ele chegou com a voz alterada dizendo que a gente vem trabalhar bêbado. Mas só encontrou comida aqui, ele não tem provas porque nós não estávamos bebendo no trabalho” declara Iosmarx. Ele ainda acrescentou: “Bebo à noite na minha casa e ninguém tem nada a ver com isso porque eu trabalho direito”, conclui.

O outro funcionário da empresa Climex, demitido e acusado de embriaguez por Ricardo Rocha, René Alberto, se sente injustiçado com a atitude do secretário. “Trabalho na empresa há 1 ano e 6 meses, nunca faltei e nunca dei um atestado. É uma injustiça ser acusado pelo que não fiz”, lamenta.

Em nota, a secretaria de infraestrutura diz que o ponto de apoio para a equipe atual de recuperação de vias públicas foi retirado para reforma. Afirmou que desconhece a ausência de EPI’s e garante que em janeiro de 2012 uma nova empresa assumirá a usina de asfalto. A secretaria nega as demissões, bem como a ação do secretário Ricardo Rocha.

De acordo com Iosmar Félix, as condições de trabalho sempre foram estas. “O banheiro é o mato, a gente almoça no meio do tempo porque não tem refeitório, esta semana choveu e nós não tínhamos onde se abrigar. Aqui só tem uma barraquinha pra gente trocar de roupa, sempre falta equipamento para trabalhar. A bota que a gente usa não é adequada contra o fogo e deveria ser, já que a gente trabalha com produto inflamável ”, declarou.