O vaso de contenção do reator 3 da usina de Fukushima sofreu sérios danos na manhã desta quarta-feira (16), horário local, de acordo com informações oficiais do governo japonês. O porta-voz Yukio Edano declarou que a ruptura desse vaso pode ter sido responsável pela elevação dos níveis de radiação na zona da usina nesta quarta-feira, o que obrigou a Tepco, empresa que controla Fukushima 1, a evacuar os 50 trabalhadores que tentam resfriar os reatores e evitar uma tragédia nuclear.
Ainda de acordo com Edano, o governo aguarda uma redução nos níveis de radiação para retomar os trabalhos de resfriamento da usina. Na tarde desta quarta-feira, uma tentativa de resfriar os reatores com ajuda de helicópteros fracassou por causa justamente da alta radiação ainda presente no local. Outro dado preocupante é o colapso do sistem Speedi, que informa aos engenheiros da usina a quantidade de partículas radioativas que podem ser liberadas e qual padrão elas devem seguir, caso efetivamente escapem para a atmosfera. É um poderoso recurso que o Japão perde na tentativa de ao menos minorar uma possível liberação mais robusta de radiação.
Logo pela manhã desta quarta-feira, as varetas de combustível nuclear dos reatores 1 e 2 da usina nuclear japonesa de Fukushuma Daiichi foram parcialmente danificadas. A avaria no reator 1 foi de 70%, e no 2, de 33%. O núcleo dos reatores parece ter derretido parcialmente após a perda das funções de resfriamento, ocorridas após o terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami que atingiu a costa no dia 11. Mais cedo, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, havia dito que um dano limitado poderia ter ocorrido no núcleo do reator 2 da usina nuclear de Fukushima. Em entrevista coletiva, ele afirmou que as notícias são preocupantes, e que existe “a possibilidade de danos ao núcleo” depois da explosão no reator 2.
As consequências do problema com o sistema de resfriamento dos reatores já preocupavam especialistas e autoridades. O sistema parou de funcionar por causa da falta de energia elétrica, que se seguiu ao terremoto, e da subsequente exaustão dos geradores de apoio, necessários para dar energia às bombas que levam a água do mar até o sistema de resfriamento. Com o sistema avariado, a água chega muito devagar aos reatores e ferve rápido demais. O temor era que justamente a temperatura elevada derretesse as as varetas de combustível, que isolam o urânio (o combustível nuclear).
Agora, o risco é que as barras de controle, o vaso de controle (que abriga as varetas e as barras de controle) e ainda a contenção (que abriga o vaso de controle) sejam danificados pelo derretimento do urânio. A situação é considerada grave porque há risco de vazamento do material radioativo. Além disso, o derretimento faz com que o núcleo do reator fique instável podendo ocorrer explosões – elas ocorrem porque o calor faz a água evaporar e no processo sobra hidrogênio, que é altamente inflamável. No limite, o interior do vaso de controle transforma-se em uma bomba. (informações de Veja/foto reprodução)




Acho muito pertinente o comentário “Inteligência suicida”, numa matéria sobre este assunto. Como este comentário foi um dos últimos daquela matéria, poucos leitores devem ter visto. Então este comentário poderia ser repetido aqui com a permissão do seu autor, é claro.
Obrigado!
Inteligência suicida disse:
15 de março de 2011 às 9:29
Há um grande equívoco científico sobre a energia nuclear. O risco na geração desta energia é tão alto que nada justifica o seu uso. A instalação de reatores nucleares é a mais eficiente e efetiva ameaça à vida no planeta terra. Não há segurança absoluta nas instalações de uma usina nuclear. Ninguém jamais conseguirá isto. Os cientistas e alguns estudiosos são encantados com a beleza científica da geração da energia a partir do átomo. Defendem e provam por A +B que esta energia é a mais limpa e que riscos em tudo há. Virou estatus para uma nação poder dizer que produz energia nuclear. Há inclusive o argumento de que ou se parte para este tipo de energia ou a humanidade irá viver sob colapsos freqüentes de energia. As razões de um acidente numa estação geradora são imprevisíveis, menos do ponto de vista das prováveis causas e muito mais pelos níveis em que elas possam ocorrer. Não somente terremotos, maremotos e outros fenômenos naturais. Também ações deliberadas, pela ganância de crescimento econômico cultivada pelo homem, uma nação querendo superar a outra, termina por estabelecer guerras que poderão levar a destruição das estações inimigas. Ninguém está isento também de ação de um técnico ou governante psicopata que resolva entrar para “a história dos deuses como sendo o homem que destruiu a humanidade”
Melhor seria que a globalização se concretizasse por planejamento conciliado entre as nações, em busca de um desenvolvimento sustentável, equilibrando o índice de natalidade, a produção de alimentos, de bens duráveis e de consumo, suficientes para a melhoria da qualidade de vida para todos.
O espírito de competitividade poderá ser exercido, mas dentro de um limite de segurança e de preservação da raça humana. A energia atômica até poderá ser produzida, mas para casos especiais e dentro de um limite estabelecido e executado por um condomínio entre nações.
Eu sempre acreditei que o mundo somente se acaba para quem morre, começo a entender que a interpretação da Bíblia sagrada é que está certa, porque todos poderemos morrer de uma só catástrofe. Claro que meus contemporâneos ainda não passarão por isto, mas, fazendo-se uma projeção do incremento do mal até agora, não se pode duvidar de que tudo será possível para a fase adulta dos nossos bisnetos.
Eu até entendo que a energia nuclear é como se fosse aquele fruto proibido por Deus no jardim do Éden. A serpente da superação atenta uns contra os outros e, no final, todos morreremos.
Para os pseudos cientistas, agora a única forma de problemas em uma usina é um terromoto com tsunami. Chernobil não foi por causa de tsunami… foi erro humano mesmo. Outra, o governo não divulga toda a verdade. Se divulgasse…