Sertão do Pajeú: Sementes crioulas são garantia de alimentos livres de agrotóxicos

por Carlos Britto // 14 de agosto de 2016 às 16:29

agricultora sertão do pajeu

No campo da agroecologia, uma das principais lutas das mulheres é pela preservação das sementes crioulas contra a expansão dos cultivos transgênicos e pela diminuição do uso dos agrotóxicos. No Sertão do Pajeú, não poderia ser diferente. As mulheres são exemplos de que é possível viver no campo com experiências agroecológicas e ainda com pouca água.

As sementes crioulas são uma tecnologia social adaptada pela agricultura familiar durante séculos, especialmente pelas mulheres, resultado do seu trabalho de seleção e adaptação ao local, ao clima, às necessidades das pessoas. O uso desse tipo de semente em sistemas agroecológicos garante uma produção limpa de alimentos.

A Casa da Mulher do Nordeste, por meio de sua assessoria técnica, em projetos como o ‘Mulheres na Caatinga’, apoiado pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-Ecos), gerenciado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), tem incentivado os sistemas agroecológicos na região. “Plantar sem veneno muda a vida demais. Você não é ninguém sem verdura saudável. E se comprar essas coisas, tem tudo veneno. Aqui só uso estrume de gado para alimentar minha horta. É assim que não dá praga. É só respeitar a natureza que tudo dá certo”, contou a agricultora Josefa Lima (foto), 59 anos.

As mulheres rurais estão aproveitando esses espaços para crescer como indivíduos e como grupo, e têm contribuído com suas inquietações, seu conhecimento e sua experiência para a sustentabilidade do planeta. “É com o leite da vaca que vendo para ajudar a comprar a ração da vaca. É fazendo queijo para vender que sustento minha casa. É com a criação de sementes crioulas para ração que a gente também lucra”, completou a agricultora Josefa Lima que tem um quintal agroecológico. As informações foram repassadas pela assessoria da Casa da Mulher do Nordeste. (foto/divulgação)

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