Sem esconder aborrecimento, Ruy Wanderley acredita que projeto de reforma administrativa da Casa Plínio Amorim merecia mais análise

por Carlos Britto // 05 de dezembro de 2018 às 16:49

O vereador governista Ruy Wanderley (PSC) não teve a menor preocupação em demonstrar publicamente seu aborrecimento por ter sido alijado da comissão especial que elaborou o projeto de reforma administrativa do Legislativo de Petrolina. Ele já tinha feito um discurso recente na Casa Plínio Amorim sobre o assunto. Ontem (4), por conta da votação do projeto – que passou por 19 votos a quatro –, voltou a lamentar.

Segundo Ruy, havia um acordo firmado numa reunião com 22 dos 23 vereadores da atual legislatura, realizada num hotel da área central da cidade, sobre a minuta da reforma. Por esse acordo, a comissão teria sete integrantes. No entanto, o presidente da Casa, Osório Siqueira (PSB), decidiu mudar as peças do jogo.

Além de Ruy, Osório tirou o vereador Manoel da Acosap (PTB) e as vereadoras Maria Elena (PRTB) e Cristina Costa (PT). Dos sete integrantes iniciais, a comissão passou a ser formada apenas por Ronaldo Cancão (PTB), presidente da Comissão de Justiça; Ronaldo Silva (PSDB), presidente da Comissão de Finanças e relator da Comissão de Justiça e Redação; Aero Cruz, relator da Comissão de Finanças e Orçamento e líder da bancada governista; e Paulo Valgueiro (MDB), líder da oposição.

Como ex-presidente da Casa, Ruy reconhece a prerrogativa de Osório em designar quem faria parte da comissão, mas acredita que poderia ter colaborado. “A gente esperava pelo menos que pudesse contribuir ou de tirar dúvidas dentro da comissão, antes do projeto chegar ao plenário, porque depois não tem como apresentar nenhuma emenda. O Regimento diz isso”, avaliou.

Projeto por e-mail

Outro detalhe que alimenta ainda mais a mágoa do vereador é o fato de que justamente ele e Manoel da Acosap foram os dois que mais reivindicaram uma reforma no Legislativo, desde o ano passado. Ruy lembra que Manoel chegou, inclusive, a se debruçar exaustivamente sobre o assunto. Para completar, Ruy informou ter recebido o projeto apenas por e-mail, na última segunda-feira (3). “Cheguei à Câmara às 6h30 para imprimir o projeto e dar uma olhada. Eu esperava que as minhas observações, com minhas possíveis emendas, fossem apreciadas pelo conjunto da Casa. Infelizmente não tive esse privilégio”.

Ruy revelou que uma dessas emendas diziam respeito a dúvidas que tinha em relação às mais de 20 leis aprovadas anteriormente na Casa, e encontrou nove que não constavam no projeto. Só depois de sua fala é que foi informado sobre as leis incluídas e as retiradas para a reforma. Por isso, acha que a matéria poderia ter sido mais aprofundada com a comissão. “O projeto poderia ter sido mais discutido internamente, porque nós tínhamos prazo”, finalizou.

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