O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, convocou uma entrevista coletiva, na tarde dessa quarta-feira (7), para anunciar à imprensa o nome do novo secretário de Ressocialização de Pernambuco: o coronel da PM Eden Vespaziano (foto). O oficial aposentado irá substituir Humberto Inojosa, que renunciou ao cargo em uma carta escrita na noite de terça-feira e entregue a Eurico na manhã de hoje.
Além de oficializar o nome do novo secretário de Ressocialização, Pedro Eurico anunciou também um pacote de medidas para tentar conter a crise perene que corrói o sistema prisional do Estado. A promessa mais ousada é acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais, feita três dias depois da Globo divulgar flagrantes registrados no Complexo do Curado, no Recife. A denúncia ganhou espaço nos telejornais da emissora, entre eles o Jornal Nacional, de maior audiência no País.
Eden Vespaziano terá o desafio de gerenciar, de forma direta, o sistema prisional do Estado, proporcionalmente o mais superlotado do Brasil e com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Hoje, existem cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil deles. Metade dos presos em Pernambuco são “provisórios”, como são chamados aqueles que ainda aguardam julgamento.
No dia 1º de outubro de 2014, Humberto Inojosa aceitou o convite do ex-governador João Lyra Neto para assumir a gerência do sistema prisional tendo diante de si os mesmos desafios e dificuldades que agora recaem sobre Vespaziano.
Juiz de direito recém-aposentado, Inojosa substituiu na Seres o coronel da PM Romero Ribeiro, exonerado no mesmo dia em que o JC publicou a denúncia de que uma detenta monitorada por tornozeleira eletrônica descumprira as regras da prisão domiciliar para participar da campanha a vereadora de Olinda da esposa de Ribeiro.
Problemas
Em apenas quatro meses e uma semana no cargo, Inojosa enfrentou uma sucessão de problemas. Na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, 12 homens considerados perigosos escaparam por um túnel de cerca de dez metros de extensão. E nenhum deles foi capturado até agora. No Complexo do Curado, detentos assassinaram dois presos, uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e por pouco homens não conseguem fugir por um túnel. Há dois dias, a Globo divulgou imagens de presos circulando com facões e celulares, sem serem importunados, no complexo, a maior unidade do Estado. Nesta quarta, o Batalhão de Choque foi ao local e fez uma varredura, encontrando cerca de 40s armas e celulares. (fonte/foto: JC Online)


