A constante falta d’água em Petrolina colocou na berlinda o diretor-presidente da Agência Municipal Reguladora (Armup), Rubem Franca. Ontem (7), durante sessão plenária da Câmara de Vereadores, o oposicionista Ronaldo Silva (PSDB) citou uma série de irregularidades cometidas pelo gestor à frente do cargo.

O vereador respaldou-se na Lei Municipal 1.241, de 16 de maio de 2003, que criou a Armup. Segundo ele, em seu artigo 16 (parágrafo único) a lei define um mandato de dois para o diretor-presidente, podendo ser reconduzido ao cargo pelo prefeito, o qual por sua vez deveria submeter a indicação à Câmara Municipal. “Estou no quarto mandato e nunca vi o senhor Rubem Franca para que a Casa aprovasse a indicação dele. Se tem aqui vereador de um, dois, três mandatos, me desminta. Isso é lei e tem de ser cumprida”, afirmou.

Ronaldo mencionou também o artigo 5º da mesma lei, o qual veda entrevistas do gestor da Armup à imprensa referentes a posicionamentos pessoais.  Ele ainda revelou que Franca seria o projetista de água e saneamento de um grande condomínio privado da cidade, o que também fere a lei, uma vez que o gestor não pode exercer atividades no setor privado enquanto estiver em cargo público. Por conta dessas denúncias, Ronaldo adiantou que entrará com ação no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para pedir a cassação de Franca. “Ele está ilegalmente exercendo sua função”, completou.

Em contrapartida, o líder da base governista, vereador Diogo Hoffmann (UB) iniciou seu discurso fazendo um desagravo em favor do diretor-presidente da Armup. “Eu me pergunto: por que será que querem calar o professor Rubem Franca? por que ele é um dos maiores especialistas de Petrolina, Pernambuco e do Brasil em abastecimento d’água e aponta os desmandos da Compesa, ou por que o professor Rubem Franca tem uma atuação tão clara e tão reconhecida pela sociedade petrolinense que incomoda o fato de a Compesa, hoje, abandonar Petrolina como tem abandonado?”, cutucou. Ele disse ainda que, na sessão de amanhã (9), apresentará uma moção de aplausos ao gestor da autarquia pelo seu trabalho em defesa de Petrolina e contra “os descasos da Compesa”.