Relator da Comissão de Finanças da Casa Plínio Amorim, Manoel da Acosap alfineta Paulo Câmara em relação à Apami

por Carlos Britto // 28 de fevereiro de 2019 às 17:38

Vereador Manoel da Acosap. (Foto: Blog do Carlos Britto)

Os sérios problemas financeiros pelos quais passa a Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), conforme matéria publicada por este Blog, ressoaram na Casa Plínio Amorim. O assunto foi um dos principais debatidos na sessão plenária desta quinta-feira (28). Relator da Comissão de Saúde do Legislativo, o vereador Manoel da Acosap (PTB) apresentou números atuais referentes à Apami e ao Hospital Dom Tomás, que atende nada menos que 63 municípios (30 da Bahia, 30 de Pernambuco e três do Piauí).

Segundo Manoel, dos 16.764 pacientes com câncer cadastrados na unidade, que fazem tratamento e recebem a medicação, apenas 8.645 são de Petrolina.

Para essa demanda, o vereador afirmou que a Apami tem de administrar pouco mais de R$ 3,4 milhões por ano para o hospital. “Isso é uma migalha. O Dr.Augusto Coelho (diretor-presidente da Apami) está fazendo milagre”, lamentou Manoel, acrescentando que o déficit já chega a R$ 2,1 milhões. Em seguida ele atribuiu a esse cenário de dificuldades o fato de o governador Paulo Câmara ter entregue o serviço de oncologia à responsabilidade do Imip, que repassa recursos bem inferiores ao que a unidade necessita.

Manoel lembrou ainda que, em abril de 2016 o então deputado federal destinou emenda de R$ 1,5 milhão à Apami, além de outra do senador Fernando Bezerra Coelho no valor de R$ 3,8 milhões, via Secretaria de Saúde. No entanto, esses valores não foram repassados à Apami. “O governador Paulo Câmara, que aqui não vejo ninguém falar, não repassou à Apami. Preferiu deixar os pacientes com câncer morrerem. Tem paciente que a medicação custa R$ 1,8 mil e estão morrendo, porque a família não tem condições de comprar”, desabafou.

Denúncia

O governista disse ainda que na visita que fez com o presidente da Comissão de Saúde, Gilberto Melo, ontem (27) ao Hospital Dom Tomás, tomou conhecimento que o Estado preferiu devolver os recursos oriundos das emendas, para não ter de repassá-los à Apami. “Se não houver uma intervenção urgente do gestor do Estado, da União, dos deputados, e digo todos os deputados, esses pacientes vão morrer”, alertou o vereador. Ele aproveitou também para conclamar as prefeituras de cidades da Bahia, já que a maioria dos pacientes com câncer atendida pelo Dom Tomás é desse Estado.

Em nota divulgada nesta quinta pelo Blog, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB), aliado de Paulo Câmara, contestou as informações acerca dos repasses à Apami. Ele citou também que o processo de credenciamento do Dom Tomás está em andamento, o que possibilitará ao Estado o investimento de R$ 4,9 milhões por ano, valor que reconhece ainda ser insuficiente para manter os serviços oferecidos pelo hospital.

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