Projeto de mosquito Aedes transgênico criado em Juazeiro será expandido na Bahia

por Carlos Britto // 28 de novembro de 2015 às 15:29

UPAT - MoscamedPara garantir a ampliação do projeto de criação de mosquitos Aedes aegypti transgênicos no estado, o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, esteve na empresa Moscamed, única biofábrica de insetos do Brasil, localizada em Juazeiro. O encontro ocorreu após a visita do ministro da Saúde, Marcelo Castro, a Salvador, quando ficou acertado que o projeto seria incluído na estratégia nacional de combate as doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya e zika.

Na ocasião, foi solicitado à Moscamed um cronograma e a previsão de investimento para a expansão do projeto, que será desenvolvido sob a coordenação do subsecretário da Saúde da Bahia, Roberto Badaró. Segundo Vilas-Boas, a estratégia é ampliar a iniciativa, hoje presente somente em Jacobina (norte baiano), para as 20 cidades com maior incidência de arboviroses em todo o estado.  Inicialmente, serão identificados os bairros mais afetados de cada município, a fim de que haja liberação dos mosquitos transgênicos e redução da população selvagem.

Temos a convicção de que estratégias alternativas de combate ao mosquito devem ser estimuladas, pois ele se tornou a principal ameaça à saúde pública do País, visto que é vetor de transmissão da dengue, chikungunya e zika”, ressalta Vilas-Boas. Ele enfatiza que essas doenças estão possivelmente relacionadas ao aumento do número de casos da síndrome de Guillain-Barré e de microcefalia, sobretudo no Nordeste.

A estratégia da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) inclui ainda a utilização de aplicativos para smartphones nas plataformas Android e iOS. A ideia é que qualquer pessoa possa avisar aos órgãos competentes o local exato de incidência dos focos do mosquito, utilizando para isso o GPS como tecnologia para o georreferenciamento. Assim, o combate do mosquito pelos agentes de endemia será mais eficaz.

Resultados

O projeto da Moscamed busca reduzir significativamente a população do Aedes Aegypti, ao soltar no ambiente machos transgênicos que, ao cruzarem com fêmeas silvestres, geram mosquitos estéreis ou que morram antes de chegar à fase adulta. De acordo com a superintendente da Moscamed, Carla Santos, o projeto hoje encontra-se em fase de manutenção da colônia e monitoramento em campo. Dados apontam para redução de até 80% no número de ovos e mosquitos selvagens nas localidades onde houve a liberação do inseto transgênico.

Atualmente, a biofábrica tem capacidade para produzir de quatro a cinco milhões de mosquitos por semana, o que é suficiente para controlar uma área do tamanho de um município com 100 mil habitantes. O reconhecimento do êxito da iniciativa ocorreu por meio do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo este o primeiro projeto implantado desde a aprovação, pelo órgão, da utilização do inseto transgênico. As informações são da Sesab. (foto/divulgação)

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