É possível imaginar um mundo sem vogais? Essa questão é suscitada por Edi Santana Barbosa em seu mais novo livro, ‘A Greve das Vogais’ (Editora Giostri; 28 páginas), a ser lançado na próxima sexta-feira (28) no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro (BA).
Natural de Juazeiro (BA), Edi é professor de matemática e prestes a concluir seu Mestrado em Educação. Mas ele tem também uma verve artística: é também escritor, poeta e compositor. Foi uma dessas facetas que o fez enveredar pela arte literária.
‘A Greve das Vogais’, segundo ele, começa a ser esboçado a partir de uma desilusão amorosa na antiga Boate Trevo, em Petrolina, há mais de 20 anos, onde foi assistir a um show da Banda Raça Negra. Saiu bem antes do show terminar e, na volta para casa, passou a retirar todas as vogais de placas que via pela frente. O estímulo que faltava para tirar a obra do papel veio com seu sobrinho (hoje professor de Geografia).
“Comentei com meu sobrinho, antes dele entrar no banheiro para tomar banho que as vogais iam entrar em greve. Ele olhou para mim e disse ‘tio, o senhor enlouqueceu de vez’. Aí ele tomou banho, colocou a farda da escola, sentou-se à mesa para tomar o café, olhou para mim e disse: ‘eu sei quem começou essa greve. E eu perguntei quem foi. Então ele disse que foi o A, porque não tem uma palavra que não tenha o A. Era o estalo que faltava”, lembra.
Inspiração
Ainda assim o projeto, que não tinha a intenção inicial de ser voltado ao público infantil e muito menos de virar um livro, ainda ficou adormecido por um bom tempo. O motivo se deve, entre outras coisas, pela rotina diária do Professor Edi. Ele ainda chegou a lançar um livro anterior, em maio último, intitulado ‘Amores e Escombros’ (pela Amazon), no qual aborda paixões, ressentimentos e cura. Segundo Edi, foi com se fosse “um exorcismo” literário para se debruçar em ‘A Greve das Vogais’. Ainda mais porque sua esposa, que também é professora de Séries Iniciais, viu a história pronta para ser retratada em livro.
Mas se engana quem pensa que a mais nova obra de Edi é apenas para o público infantil. Ele argumenta que ‘A Greve das Vogais’, uma fábula linguística, passa por outras camadas – a exemplo de quando o A fala que se sente cansado de ser explorado pelas consoantes. Mas o livro, vale frisar, não descamba para nenhum viés político. “Toda fábula tem uma moral, e A Greve das Vogais tem uma moral. Quando você ler o livro, você vai perceber”, pondera.
Edi diz ainda que o livro tem por trás um projeto pedagógico que já está sendo apresentado às escolas do município, com um forte apelo lúdico. Há inclusive, um QR Code no final, onde o professor pode acionar a câmara do celular para levar às canções que estão nas plataformas. “Ele é um livro lúdico, com música integrada, alfabetização. Tem todo esse potencial pedagógico”, avalia.
Ele aproveita para agradecer à Editora Giostri, em nome do editor-chefe Alex Giostri, que viabilizou o livro, além do ilustrador André Ximene, que conseguiu captar tudo o que ele imaginava para a Greve das Vogais. “Essa é uma obra nascida em Juazeiro, às margens do Rio São Francisco, mas é de todo o Vale. Eu tinha muita vontade de escrever esse livro, mas tudo tem a hora certa”, conclui.



Parabéns, Edi Santana, por essa obra lúdica que, com certeza, encantará o público infantil, com uma pedagogia diferente. Mas, poderá suscitar, nos adultos, uma reflexão sobre visão de relacionamento.
Parabéns meu tio, tenho tanto orgulho da ser humano incrível que o senhor é .
Te amo
Agradeço imensamente ao Blog Carlos Brito e ao querido ACM por darem voz à minha obra e registrarem com tanto cuidado esse momento da minha trajetória.
A Greve das Vogais nasceu em Juazeiro, às margens do Velho Chico, mas pertence a todo o Vale. Ver essa história receber acolhimento na imprensa de Petrolina confirma que a arte sempre encontra seu caminho.
Sigo honrado, feliz e grato por cada porta que se abre.
Com afeto,
Edi Santana Barbosa – o Poeta do Vale.