A sessão extraordinária da última terça-feira (7) na Câmara Municipal de Petrolina deixou claro que os vereadores Professor Gilmar Santos (PT) e Dhiego Serra (PL) terão apenas uma coisa em comum na atual legislatura: a bancada de oposição. Fora isso, ambos devem seguir linhas bem distintas na Casa Plínio Amorim.

Um bom exemplo foi o projeto de lei enviado pelo prefeito Simão Durando, que pedia autorização ao Poder Legislativo para doar um terreno localizado no Bairro São Gonçalo (zona oeste da cidade) a famílias ligadas à Associação dos Sem Teto. A matéria foi aprovada por 20 votos a um. O voto contrário foi justamente o de Dhiego. A explicação dada pelo vereador é de que ele não apoia invasões.

Professor Gilmar, por sua vez, tentou argumentar que as famílias que ocuparam um imóvel há cerca de dois anos, nas imediações do Parque Josepha Coelho, não cometeram nenhuma irregularidade, já que o imóvel é da União e se enquadrava no ‘Minha Casa Minha Vida Entidades’ – programa criado no terceiro Governo Lula para beneficiar cidadãos que reivindicam moradia. Ocorre que a prefeitura sugeriu permutar com a associação uma área maior no São Gonçalo, conforme projeto aprovado na terça.

O líder da oposição ainda apresentou uma emenda modificativa, solicitando da prefeitura a implantação de serviços básicos de infraestrutura e lazer no novo local. A emenda também foi aprovada pela maioria (19 votos), mas Dhiego também votou contra – desta vez contando também com o vereador governista Ronaldo Cancão (Republicanos). Pertencentes a legendas tão antagônicas e que protagonizam a polarização política do país desde 2018, não seria difícil imaginar que as concepções do Professor Gilmar e de Dhiego passarão longe de uma sintonia, mesmo os dois compartilhando o mesmo espaço na Câmara Municipal.