A morte da cantora e atriz Preta Gil, aos 50 anos, em 20 de julho de 2025, reacendeu os alertas sobre os cuidados com o câncer de intestino. Diagnosticada em janeiro de 2023 com câncer colorretal, a artista enfrentou um longo tratamento que incluiu cirurgias, sessões de quimioterapia e radioterapia. Em 2024, a doença retornou com metástase, e seu quadro se agravou. Ela faleceu em Nova York, onde fazia terapia experimental.
De acordo com o médico e professor em oncologia Dr. Wesley Pereira Andrade, biologicamente, o câncer de intestino não está entre os mais agressivos, pois possui crescimento lento. No entanto, o risco de óbito está diretamente relacionado ao estágio em que a doença é diagnosticada.“Por isso, pode-se realizar a colonoscopia a cada 5 a 10 anos, de acordo com as recomendações médicas”, explica o especialista.
O médico alerta que, diagnosticado precocemente, o câncer de intestino tem altíssimas chances de cura. Porém, quando descoberto tardiamente, o tumor pode se tornar volumoso e se espalhar para outros órgãos como fígado, pulmões e peritônio, reduzindo significativamente as chances de cura.
Casos avançados da doença podem apresentar invasão de órgãos adjacentes e exigem cirurgias complexas. As complicações incluem:
– Obstrução e sangramento intestinal;
– Aumento do volume abdominal;
– Fístulas entre o intestino e a bexiga, causando fezes na urina;
– Infecções urinárias recorrentes;
– Desconfortos pélvicos e durante a relação sexual;
– Dores persistentes e perda de peso acentuada.
Dr. Wesley destaca que muitos sintomas podem ser ignorados no início: alterações no hábito intestinal (diarreia ou constipação persistente); presença de sangue nas fezes; desconforto abdominal ou sensação de plenitude; cansaço constante e perda de peso sem explicação.“Esses sinais devem ser levados a sério. Quando persistentes, precisam ser investigados, mesmo que pareçam sintomas comuns”, ressalta.
Entre os exames recomendados estão a colonoscopia e teste de sangue oculto nas fezes.
Pessoas com histórico familiar da doença ou com síndromes genéticas devem iniciar a triagem mais cedo, podendo também realizar exames genéticos.
Em casos como o de Preta Gil, que enfrentou um câncer em estágio avançado, os cuidados paliativos ganham importância. Eles visam aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida do paciente, em qualquer fase da doença.“Os cuidados paliativos respeitam a autonomia do paciente, ajudam no controle dos sintomas e focam no bem-estar físico, emocional e social”, explica o especialista.


