Prefeito de Garanhuns é orientado a exonerar filho de secretário que atua como professor

por Carlos Britto // 23 de abril de 2024 às 18:18

Foto: Wikipédia/reprodução

Com base no princípio legal do respeito à impessoalidade na administração pública e da Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429/92), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou ao prefeito de Garanhuns (Agreste), Sivaldo Albino, e à Secretaria Municipal de Educação, que adotem medidas para exonerar um professor temporário da rede municipal. O motivo é que ele é filho do secretário de Juventude, Esportes e Lazer da prefeitura, Carlos Tevano Simplício do Amaral.

Na fase anterior à expedição da recomendação, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania (PJDC) de Garanhuns instaurou um procedimento preparatório a partir de uma notícia de possível prática de nepotismo decorrente da contratação de Pablo Henrique Bezerra do Amaral para a função de professor temporário substituto II de História. Mesmo com a expedição de notificações aos agentes públicos municipais, não houve resposta ao MPPE.

Além disso, o conteúdo da recomendação destaca que o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), por meio do processo TC nº 21100715-8, analisou a contratação anterior do professor e a considerou ilegal, impondo multa à secretária de Educação.

O promotor de Justiça, Bruno Miquelão Gottardi, ressaltou na recomendação que o respeito à impessoalidade “impõe que a administração pública trate todos os cidadãos e cidadãs sem discriminações ou atos de favoritismo e, diante disso, a atuação, tanto dos ocupantes de cargos efetivos como a dos de confiança, deve ser atribuída ao Estado e não, de forma pessoal, ao agente público“.

Prazo

Por fim, o MPPE estabeleceu um prazo de 5 dias para que os gestores municipais informem acerca do acatamento ou não da recomendação, bem como ressalta que o descumprimento das medidas recomendadas “implicará na demonstração de dolo suficiente à caracterização de ato de improbidade administrativa”. O documento da recomendação foi publicado na edição do Diário Oficial do MPPE do último dia 17 de abril.

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