O plenário da Câmara Municipal de Olinda (PE), no Grande Recife, rejeitou, nesta quinta-feira (26), o pedido de admissibilidade do processo de impeachment contra a prefeita Mirella Almeida (PSD) e o vice-prefeito Chiquinho (SD). A proposta, apresentada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Antônio Campos (PRTB), recebeu 13 votos contrários, apenas dois favoráveis e teve duas ausências. Com o resultado, o ofício foi arquivado.

O pedido de impeachment alegava desrespeito à Lei de Acesso à Informação, ausência de prestação de contas da transição de governo e dos gastos com o Carnaval de 2025, além do não pagamento de emendas impositivas. Antes da votação, os vereadores participaram de uma reunião com uma representante enviada pela Prefeitura, que sinalizou disposição para o diálogo.

Governistas

Entre os governistas, o vereador Jesuíno Araújo (PSD) defendeu a atuação da gestão e afirmou que as informações vêm sendo encaminhadas gradualmente. “A casa continua pedindo informação, e a prefeitura vem encaminhando. Tem uns sete meses. Já são mais de 20 pedidos, são 17 vereadores envolvidos. São situações que precisam ser colocadas também, porque tenho certeza de que tudo isso é passageiro e a prefeitura vai fazer um bom trabalho”, declarou.

O vereador Biai (Avante) também votou contra a admissibilidade e classificou o processo como frágil. “É um pedido que tem poucos dias que chegou. Observamos algumas inconsistências. O processo de impeachment é político-jurídico, tem que ter consistência jurídica e grupo político. Não estou preocupado com a decisão que tomei. Estou há nove mandatos nesta Casa e sempre tem alguém lá fora jogando pedra”.

Oposição

Líder da oposição na Casa, a vereadora Eugênia Lima (PT) foi uma das duas parlamentares que votaram a favor da admissibilidade. Para ela, o pedido era uma chance para a prefeita prestar esclarecimentos.

“A prefeita tem a maioria, então já era esperado [o resultado], mas o pedido tinha indícios para ser admitido. Entendemos que seria uma oportunidade de esclarecer os vários pedidos de informação e requerimentos que não foram respondidos. A Câmara tem um papel fiscalizador. Se não conseguimos exercer esse papel, não faz sentido nossa atuação”, afirmou.

Atraso

O presidente da Câmara, Saulo Holanda (MDB), conduziu a votação e explicou que o início da sessão foi adiado para garantir a presença de todos os parlamentares. Segundo ele, a reunião com a representante da Prefeitura teve apenas o objetivo de demonstrar disposição para diálogo por parte do Executivo. (Fonte: Blog da Folha)