Polícias militares em Juazeiro enviam carta aberta à sociedade

por Carlos Britto // 08 de fevereiro de 2012 às 14:33

No intuito de esclarecer os motivos que levaram a corporação a aderir ao movimento grevista da Polícia Militar em toda a Bahia, o Comando em Juazeiro enviou uma carta aberta à população.

Confira:

“O desejo humano de melhorias das suas condições de existência nos acompanha desde quando o homem se constituiu enquanto homem, ou seja, desde sua aparição na terra.

Nós, policiais, profissionais da área de segurança pública, vimos esclarecer para a população de Juazeiro (única cidade de grande porte que não tinha aderido à paralisação) que diante do movimento paredista iniciado há cerca de 7 dias pelos policiais militares do Estado da Bahia, que de forma ordeira e respeitando os princípios democráticos ocuparam as dependências da Assembleia Legislativa da Bahia (a Casa do Povo), não poderíamos nos furtar do dever de hipotecar solidariedade aos companheiros e companheiras, que estavam na eminência de serem massacrados pelas tropas do Exército brasileiro, como acontecia nos tempos de outrora com todos aqueles que contrariavam a vontade do “rei” do momento.

Resistimos a essa decisão, pois sabemos que a população que depende dos nossos serviços seria a única prejudicada com a nossa paralisação. Esclarecemos que desde o dia 01/02 já estávamos prontos para paralisarmos, mas compreendendo a importância do Carnaval para a cidade, o investimento não somente do poder público, dos blocos, dos ambulantes, do folião e atendendo ao apelo dos nossos comandantes, adiamos para o dia 06/02. Mas diante da truculência, da arrogância e da insensibilidade do governador, dando o ultimato para a desocupação da ALBA, e consequentemente com a prisão ou a morte dos nossos companheiros e companheiras, não nos restou outra saída senão a deflagração da paralisação para o domingo, dia 05/02.

Ao contrário do quis o governador, o movimento é pacifico e ordeiro, por isso repudiamos quaisquer atos de violência que possam ou tenham sido cometido por algum policial militar. O governador, enquanto ex-líder sindical, é sabedor que todo processo de paralisação de uma categoria, alguns excessos são cometidos, mas nunca são compactuados pela grande maioria ou pelas lideranças.

Não compreendemos como uma simples paralisação de uma categoria profissional tenha ganhado uma conotação tão forte. A convocação de tropas do Exército, da Força Nacional, da Polícia Federal e de grupos de elite da PF foram desnecessárias. Temos no nosso corpo de oficialato companheiros, os quais são dignos de respeito e admiração da tropa, homens e mulheres que em muito poderiam contribuir para o fim da paralisação.

Repudiamos a ausência do nosso comandante geral, Cel. Castro, que sempre se mostrou sensível às dores e às dificuldades da corporação, ter sido preterido desse momento tão importante da PM-BA, para um general do exército.

Por fim, acreditamos em Deus, que o governador ao invés de demonizar o movimento, desperte para o seu dever constitucional de zelar pela segurança da população e busque saídas razoáveis para o fim da paralisação, com a concessão da anistia, com o cumprimento da lei da GAP e a elaboração de um plano de promoção, pois é inadmissível que um soldado tenha que levar 27 anos para ser promovido a cabo e um sargento 17 anos para ser subtenente”.

POLICIAIS DAS COMPANHIAS: 73°, 74°, 75° e 76/PM

Polícias militares em Juazeiro enviam carta aberta à sociedade

  1. Morador disse:

    Greve dos policiais na Bahia é retrato da inabilidade do governo em negociar com servidores.

    A greve legítima dos policiais no estado da Bahia tem ganhado contornos cada vez mais tensos. Movimento legítimo de todo trabalhador, a greve é o último recurso utilizado por qualquer categoria quando se esgotam as possibilidades de diálogo e negociação com o patrão. No caso dos servidores públicos, esse patrão é o governo. As consequências e os rumos de uma greve são ditados pela habilidade no processo negociação. Para nos Servidores, à exemplo também de outras greves recentes como a dos policiais do Ceará e bombeiros no Rio de Janeiro, a greve dos policiais da Bahia é o retrato da inabilidade do governo em negociar com a categoria. E para a entidade este pode ser um reflexo do que pode ocorrer no âmbito Federal. Excluídos excessos que devem sempre ser avaliados por todos os envolvidos num processo de negociação, é preciso se buscar um consenso. No caso da Bahia para que seja restabelecida a segurança no estado, direito da população. Num processo negocial não se pode abrir mão do diálogo e uma postura impositiva acaba sempre intensificando os conflitos.

    Não sou Policial, mas quando não há dialogo por parte da quele que tem sobre sua responsabilidade resolver de forma inteligente um determinado problema, a coisa fica fora de controle.

    Reflitam Autoridades!

  2. Carlos Andre disse:

    A greve é um direito de todos, mas nunca vi professores, bancários, petroleirirose tantos outras classes trabalhadora realizar proptesto com arma não mão, intimidando a população e ameçando as pessoas e orgõs do governo. Será que isso pode ser considerado greve ou baderna. Deveriam sim realizar sua ou protesto ou amotinação o nome que desejar, mas mantendo o minimo de policiamento nas ruas e sem armas, isso sim seria legitimo não essa onda de terror que estão causando a população que não tem nada a ver com isso.

    E como sempre na vespera do carnaval para envergonhar ainda mais os bahianos perante a imprensa nacional e internacional

  3. JOAO SIQUEIRA SANTOS disse:

    A CASA CAIU. NO JORNAL NACIONAL APARECERAM AS LIGAÇÕES DE PRISCO E OUTROS MANDANDO BADERNAR. E AINDA INCITANDO RIO E SÃO PAULO A SEGUIR A MESMA CARTILHA. É QUADRILHA. QUEM NÃO CUPRE A CONSTITUIÇÃO É BANDIDO. OS DOZE DEVEM SER PRESOS E O AUMENTO JUSTO PARA OS GRANDES POLICIAIS.

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