O poeta Miró da Muribeca será homenageado neste sábado (9), em Petrolina, com o lançamento da biografia “Estou Quase Pronto”, escrita por Wellington de Melo e publicada pela Cepe Editora. O evento acontecerá às 17h, no Espaço Cultural Janela 353, e contará com um bate-papo com o autor, além da exibição do curta “Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico” (de Wilson Freire) e de um trecho da última entrevista concedida por Miró.
Miró, nome artístico de João Flávio Cordeiro da Silva, morou em Petrolina nos anos 1980 e participou ativamente da cena cultural da cidade e da vizinha Juazeiro (BA), ao lado do cantor e compositor Manuca Almeida (1963–2017). Nascido no Recife, em 1960, o poeta se tornou um ícone da poesia performática brasileira. Preto, pobre e vítima de racismo, Miró transformou sua vivência nas ruas em arte, conquistando reconhecimento nacional até sua morte, em 31 de julho de 2022.
A biografia, com 392 páginas e fotos raras, revisita a infância, a trajetória artística, os desafios pessoais e o reconhecimento do poeta. Wellington, amigo de Miró, afirma que buscou retratar o artista com profundidade e humanidade: “Miró é apresentado com todos os seus defeitos e virtudes, o que humaniza a figura biografada. O fato de sermos amigos me deu acesso a momentos muito íntimos da vida dele, mas também exigiu cuidado sobre o que revelar”.
Entre o material inédito, estão cartas de antigas namoradas, relatos sobre o período de internação e histórias curiosas do poeta, reunidas a partir de depoimentos de amigos, artistas e pessoas que conviveram com ele em diferentes fases da vida. “Miró é um poeta essencial para Pernambuco e para o Brasil. O livro percorre as muitas vidas que ele viveu da infância em Muribeca à performance e ao recital. É um testemunho da sua força estética e do seu alegrismo, que o tornaram um dos nossos principais poetas nacionais,” destacou Diogo Guedes, editor da Cepe.
Sobre o Autor
Wellington de Melo é escritor, editor e tradutor. É autor dos romances Emilio (Cepe Editora), Estrangeiro no Labirinto (Confraria do Vento) e Felicidade (Patuá), além do poema ‘O Caçador de Mariposas’ (Mariposa Cartonera). Traduziu o poeta espanhol Miguel Hernández e editou o livro Solo para Vialejo (Cida Pedrosa/Cepe Editora), vencedor do Prêmio Jabuti de Livro do Ano em 2020.
