Uma operação realizada nesta terça-feira (5) pela Polícia Federal (PF) em Pernambuco investiga uma organização criminosa suspeita de fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com prejuízo estimado em mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos. A ação foi batizada de Operação ‘Apófis’ e tem como alvos servidores públicos e terceiros envolvidos no esquema.

As investigações começaram em 2023, a partir de levantamentos do Núcleo Regional de Inteligência da Previdência Social, que apontaram indícios de uma rede criminosa atuando na manipulação dos sistemas do INSS. Segundo apurado, o grupo viabilizava a contratação de empréstimos consignados de forma fraudulenta, utilizando dados de aposentados e pensionistas sem o conhecimento ou autorização das vítimas. A prática, em muitos casos, contava com o apoio de servidores do próprio INSS e de instituições financeiras.

Nesta etapa da operação, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades do Recife, Cabo de Santo Agostinho (PE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Ponta Grossa (PR). Além disso, a Justiça Federal determinou o afastamento de um servidor investigado, o bloqueio de seu acesso aos sistemas do INSS, e impôs restrições a vários suspeitos, como a proibição de entrar em agências do INSS ou de manter contato com servidores e prestadores de serviço do órgão.

Entre os crimes investigados estão corrupção ativa, estelionato, inserção de dados falsos em sistemas, violação de sigilo profissional, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O nome da operação faz referência à figura mitológica egípcia que representa o caos, simbolizando os danos causados à Previdência Social pelas fraudes identificadas.