Partidos e Congresso são os menos confiáveis, aponta pesquisa do Ibope

por Carlos Britto // 04 de outubro de 2011 às 10:00

Em meio às denúncias de casos de corrupção que dominam o noticiário, a população brasileira indica que confia menos em partidos políticos e no Congresso Nacional do que em 16 instituições, segundo o Índice de Confiança Social, elaborado pelo Ibope Inteligência, divulgado nesta segunda-feira. A polícia, escolas públicas ou Forças Armadas, por exemplo, são mais confiáveis do que as instituições políticas.

A pesquisa é feita anualmente pelo instituto desde 2009 e tem o objetivo de acompanhar a relação de confiança da população com as organizações e pessoas de seu convívio social. Os entrevistados são perguntados tanto sobre grupos como a família quanto sobre “instituições” como empresas.

A composição do índice é feita utilizando-se uma escala de quatro pontos, em que é possível medir “muita confiança, alguma confiança, quase nenhuma confiança e nenhuma confiança”. No fim, todas as pontuações atribuídas são somadas e divididas pelo número de entrevistados, resultando no índice geral. A pontuação, então, é padronizada em uma escala de zero a 100 – quanto mais perto de 100, maior a confiança.

Além do Brasil, o Ibope ouviu pessoas de mais três países (Argentina, Porto Rico e Chile). Por aqui, 2.002 pessoas foram entrevistadas e 18 instituições e quatro grupos sociais foram avaliados. A instituição presidente da República obteve um índice de 66 pontos em 2009, passou para 69 em 2010 e em 2011 – primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff – caiu para 60. Embora tenha diminuído, o índice é muito superior ao do Congresso Nacional (35) e partidos políticos (28).

Pela terceira vez consecutiva, a instituição com maior pontuação entre as 18 organizações foi o Corpo de Bombeiros (86). Igrejas e Forças Armadas aparecem num segundo patamar, ambas com 72 pontos. O grupo social de maior confiança é a família (90).

Porto Rico, Argentina e Chile

Em Porto Rico, a maior queda foi registrada no sistema público de saúde (de 59 em 2009 para 46 este ano). Já na Argentina, o índice mostra um crescimento de confiança em todas as instituições públicas. No Chile, em meio aos protestos de estudantes contra o modelo educacional adotado pelo país, as escolas públicas apresentaram o menor índice de confiança (47) entre os países pesquisados. (da Agência O Globo/foto Google)

Partidos e Congresso são os menos confiáveis, aponta pesquisa do Ibope

  1. Crítico disse:

    “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”…

  2. Bom senso... disse:

    A cada Jacqueline Roriz da vida, o congreso vai sangrando e expondo seu baixo nível na representatividade ! A peça jornalística abaixo emoldura os fatos recentes…

    Jacqueline Roriz foi a “dança da pizza” de Vacarezza

    De mais um episódio de espírito corporativo protagonizado pela Câmara, com a absolvição da deputada Jacqueline Roriz (PMN-DF), velhos truques espúrios ganham conotação cínica e institucionalizam o crime político.
    “Em 2006 eu era uma cidadã comum, não era deputada, não era funcionária pública”. A frase é uma confissão de culpa, mas foi peça de defesa da deputada, por mais surrealista que isso pareça. Não contesta o delito, até porque está em filme, mas concede licença para cometê-lo.
    Como cidadão, sem mandato, portanto uma pessoa “comum”, Jacqueline Roriz pode delinqüir. Com mandato, portanto uma pessoa “não comum”, não está sujeita às conseqüências de seu ato.
    À parte o conceito que divide os cidadãos em “comuns” e “incomuns”, a tese transforma o mandato em habeas corpus definitivo. Com a agravante de que o mandato absolve o crime eleitoral, ou seja, aquele cometido para viabilizá-lo.
    Mas é apenas um dos truques do arsenal corporativo. O outro é o voto secreto, que vai permanecendo ano a ano apesar das contestações internas e externas. Em nome de sua abolição pura e simples, não o torna seletivo, adotável segundo as circunstâncias.
    Argumenta-se que ele não pode deixar de existir porque na circunstância de exame de um veto presidencial, a pressão do governo seria insuportável e retaliativa. Então, porque não restringi-lo a essa – e só a essa – circunstância?
    A condenação na comissão, em votação aberta, e a absolvição no plenário, em voto secreto, não deixam margem a dúvida: quando exposto pelo voto, o parlamentar joga para a platéia, no caso, o eleitor; quando preservado pelo sigilo, protege o colega – e a si mesmo, como ficou claro no principal argumento da defesa, aquele que realmente sensibiliza o parlamentar desses tempos: votem em mim, porque eu sou você amanhã.
    O que o plenário da Câmara aprovou ontem foi que parlamentares têm licença para delinqüir, o que não encontra respaldo, é óbvio, em nenhum código legal.
    O PT, vide o abraço comemorativo do líder do governo, Cândido Vacarezza (SP), na deputada absolvida, mostra que a intolerância contra a corrupção sempre foi apenas estratégia eleitoral.
    O abraço cúmplice de Vacarezza lembra a “dança da pizza” da ex-deputada Angela Guadagnin (PT-SP) , que coreografou a absolvição do então deputado João Magno (PT-MG), acusado de envolvimento no mensalão do governo Lula.

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Últimos Comentários

  1. Obrigada Carlos por lembrar ao povo dessa cidade, que o que ela é hoje deve a pessoas ilustres como esses…