No artigo abaixo, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) fala sobre o atual cenário hídrico nordestino e a força transformadora do acesso à água no Vale do São Francisco.
Acompanhe:
A seca tem muitas faces dolorosas, sendo a fome a mais cruel. Sem água, as plantações desaparecem, o rebanho definha e a economia dos pequenos municípios enfraquece. Na literatura, a experiência da fome foi retratada por Rachel de Queiroz no romance “O Quinze”, inspirado na grande seca de 1915. Resiliente, o povo do Nordeste testemunhou outras estiagens severas, como a última, de 2012 a 2017, cujos efeitos ainda se fazem sentir. Mas esse cenário começou a mudar.
A água que o Governo Federal levará para o Nordeste está no Plano Nacional de Segurança Hídrica, que o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, lançou em abril, em Petrolina. O Plano reúne 95 obras estratégicas para aumentar a oferta de água em todo o Brasil até 2035. No total, serão investidos R$ 27,5 bilhões na construção de barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração para evitar os piores impactos da seca.
Aos estados do Nordeste coube a maior parte das obras que compõem o Plano. São investimentos que somam R$ 15,7 bilhões e correspondem a 58% do total. A Pernambuco, coube o maior número de intervenções, já que possui a maior carência hídrica da região. São 14 obras, totalizando R$ 4,5 bilhões. Entre elas, estão o Canal do Sertão Pernambucano, a Adutora do Agreste, a Adutora do Pajeú e o Ramal do Entremontes, além do Ramal do Agreste, que levará a água do Eixo Leste a 68 cidades. Hoje, 2,5 mil trabalhadores atuam nas obras do Ramal.
É importante ressaltar que cada R$ 1,00 investido na oferta de água gera cerca de R$ 15 em benefícios, sendo o maior deles a diminuição do sofrimento do Nordeste, historicamente sujeito a secas prolongadas.
O Plano Nacional de Segurança Hídrica é um sonho que começou em 2011, quando assumi o Ministério da Integração Nacional, como bem lembrou o ministro Gustavo Canuto naquela tarde de abril. Vi minha cidade natal crescer e se desenvolver graças à agricultura irrigada, um esforço que remonta à década de 1960, cuja participação da Codevasf foi decisiva. O sertanejo compreendeu a força transformadora do acesso à água e, hoje, o Vale do São Francisco é responsável por 90% da uva e da manga exportadas pelo Brasil.
Com o Plano Nacional de Segurança Hídrica, a pujança da nossa fruticultura se multiplicará, mudando a paisagem que um dia levou para longe do Sertão o vaqueiro Chico Bento, na obra “O Quinze”.
Fernando Bezerra Coelho é senador pelo MDB de Pernambuco e líder do governo no Senado.



O grande problema ai é o prazo 2035,imagina quantas pessoas morreram de fome e sede,animais sumiram plantações sumiram e a caatinga irá apenas virar garranchos e olhe lá se este projeto será realizado,pois irá entrar outros governantes,e no Brasil todos nós já sabemos político não segue o serviço do seu rival,isto quer dizer vai sonhando.
Pelo menos um político teve a audácia desfazer um plano e concretizá-lo, pior foi o PT que massacrou o sertanejo com esmola. Ainda tem quem idolatre Lula.
Essas grandes são uma das soluções, mas seriam ainda mais importantes se não desalojassem, tirassem das suas terras o verdadeiro sertanejo, o homem do campo, como tiraram das suas o homem do Projeto Pontal e colocaram outros. Uma das soluções e barata para se resolver a seca do homem do campo, do verdadeiro nordestino, aquele que sofre com a falta d’água, sem tirá-lo do seu habitat natural, dando-lhes condições de produzir no seu torrão natal, é se construir barragens subterrâneas e dentro dos seus bojos se construir Poços Amazonas, e desses Poços se fazer pequenos bombeamentos para cisternas e daí ele próprios fazer sua pequena irrigação. Esses sistemas são fáceis de se operacionalizar, de fácil manutenção, equipamentos que se encontram na região. Ainda tem as vazantes dessas barragens onde se pode produzir feijão,mandioca,batata doce,milho etc,etc.Essas pequenas obras consomem pouca energia,e como já são individualizadas,cada um se preocupa em pagar a conta. As grandes obras anunciadas, demandam grandes consumos de energia, seus equipamentos requerem grandes manutenções, peças que não tem região, só o fabricante faz por encomenda, são obras fadadas ao abandono, dinheiro jogado fora, expulsam o homem do campo do seu torrão natal, então se se fizer um paralelo entre os prós e os contra, é bem melhor atender o homem do campo no campo, as tecnologias vão sendo absorvidas por ele paulatinamente. Água tem muita, chove no mínimo, todo ano, cerca de 200 bilhões de metros cúbicos no semiárido, água que vem do mar, dessalinizada pelas evaporação e chuva sem nenhum custo, e transportada através das nuvens sem nenhum custo também, infelizmente toda essa água volta para o mar pelos córregos, riachos e rios sem o aproveitamento devido.
Esta pessoa entende do Sertão e seu ritmo de águas. Fala com conhecimento sobre a falta de aproveitamentos dos mais de 200/300 até 600 mm de chuva que caem todo ano e não são aproveitados. Melhor de tudo quando fala da falta de incentivo ao Sertanejo que realmente nasceu e se criou em meio à Seca e sabe como ninguém dar valor à terra. Diferente de quem só pensa e só sabe plantar uva e manga para exportação e para enriquecer. Na hora que tivermos um problema de excedente de produção, quero ver como fica o Vale do São Francisco, que fica dependendo de todos os países do mundo para vender sua produção. O Povo precisa de feijão, arroz, batata e outros legumes para que se alimente dignamente. Qualquer hora vai falta alimento aqui no Brasil, pois só pensam em produzir para exportação. Onde está a segurança alimentar? Manga e Uva não baixam os preços dos alimentos nem no Nordeste e nem no Brasil. As terras que deveriam ficar com quem já as habita, são desapropriadas e leiloadas a grandes empresários. O Sertanejo que morra de sede e fome por aí nas periferias ou nas proximidades dos Canais de Irrigação, proibidos de se beneficiar das águas do Rio São Francisco, como o são as Comunidades que ficam ao longo do Projeto Pontal.
A conversinha é a mesma de sempre, são anunciados bilhões de dinheiro para investimento no Nordeste e como a coisa não é aplicada de forma correta, o problema continua e os Sulistas se revoltam contra o Nordeste que é um sumidouro de dinheiro público. Temos dito, não são grandes obras que vão resolver o problema da seca no Nordeste. Não são grandes obras que vão resolver o problema do sertanejo nordestino que mora no campo, pelo contrário, quando essas grandes obras chegam, eles são expulsos das suas terras, e, passam a integrarem o contingente dos Sem Terras, claro, suas terras são tomadas!!!!!! A solução para o problema da da seca no Nordeste, passa pelo conhecimento dos técnicos da Região e não por soluções dos gabinetes de Brasilia. Barragens Subterrâneas+Poços Amazonas+Bombeamentos+Pequenos Projetos de Irrigação por gotejamento é uma das soluções mais viáveis para o homem do campo, sem que haja a necessidade dele ser expulso das suas terras. A CODEVASF, EMBRAPA e outros órgãos Estaduais, podem desenvolverem esses projetos em todo o Semiárido e aí sim, não haverá nem mais seca e os carros pipas serão erradicados. A quem interessar possa, quando chove pouco no Semiárido, são cerca de 200 bilhões de metros cúbicos, e, a cada quatro anos e meio são despejados 600 bilhões de metros cúbicos de água pura, limpa, dessalinizada do mar e transportada gratuitamente através das nuvens, rios aéreos.