A Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) recebeu, nessa quarta (26), representantes do comércio, dando continuidade à série de escutas de setores produtivos. O grupo apontou problemas de segurança, infraestrutura e burocracia na emissão de licenças, além de pontuar o impacto da reforma tributária sobre o segmento.
Uma das preocupações das pequenas empresas diz respeito à geração de créditos tributários, ou seja, a recuperação de parte dos impostos pagos nas etapas anteriores da atividade econômica. Assim, se a empresa pagar o imposto na compra, por exemplo, terá a possibilidade de usar esse valor como crédito para abater do imposto que ela deve recolher na venda do produto final.
Contudo, a partir das mudanças na legislação, esse processo só poderá ser feito se os pequenos negócios fizerem recolhimento de tributos fora do Simples Nacional. Quem vende ao consumidor final não deve ser afetado, mas empresas que vendem produtos a outras empresas terão que se adaptar.
Coordenadora do colegiado, a deputada Débora Almeida (PSDB) sugeriu uma discussão sobre as mudanças no sistema de arrecadação de impostos do país. “Vamos trazer o debate sobre a reforma tributária para cá em 2026 e ver como a Casa pode contribuir com propostas”, anunciou.
Já o representante do Sindicato dos Lojistas de Bens e Serviços do Recife (Sindilojas), Gilsonildo Ribeiro Costa, defendeu uma campanha de esclarecimento para os pequenos empresários sobre as novidades e consequências da nova legislação federal.
Segurança
Joaquim de Castro, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE) e presidente do Sindilojas Petrolina, destacou o prejuízo causado ao setor por problemas de segurança pública. Ele cobrou atuação do governo estadual e mudança na legislação criminal para coibir delitos que afetam o pequeno comerciário. “Temos várias situações de pessoas presas várias vezes num período curto de tempo. Isso recai sobre o comércio de rua, pois gera um ambiente de insegurança. Os clientes começam a se afastar e a procurar ambientes mais seguros, como os shoppings”, considerou Castro.
O empresário também fez cobranças em relação à infraestrutura rodoviária do Estado, especialmente quanto às estradas em locais turísticos. Ele criticou, ainda, o sistema educacional, que não estaria “preparando os estudantes com as competências mínimas para o trabalho”. As informações são da Alepe.


