O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) marca desde ontem (11) o início a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, conhecida como “Abril Vermelho”, em memória dos 19 sem-terra assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás (PA), em 17 de abril 1996. Em Pernambuco, cerca de 550 famílias ligadas ao MST estão mobilizadas.  As áreas ocupadas ficam nos municípios de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, em Maraial, na Zona da Mata, e em Tacaratu, Custória e Ipubi, no Sertão do Estado.

Cerca de 100 famílias invadiram o engenho São Salvador, no município de Maraial, na Mata Sul. Enquanto, outras 130 reocuparam o engenho Poça de Anta, em Moreno, na Região Metropolitana, ocupada anteriormente em 1998.

No município de Tacaratu, 350 famílias invadiram a fazenda Salgadinho; no município de Custódia, 120 famílias ocuparam a fazenda Marreco; e no Sertão do Araripe cerca de 200 famílias ocuparam a fazenda Cedro II, localizada no município de Ipubi.

De acordo com informações da Polícia Militar, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do próprio MST, não foram registrados confrontos durante as ações. Segundo a coordenação estadual do MST, as ocupações seguirão até o final do mês em várias regiões do Estado. O movimento alega que 57% das grandes propriedades cadastradas pelo Incra seriam improdutivas, o que não é confirmado pelo órgão.

A pauta nacional do MST reivindica o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o País, atualização dos índices de produtividade, garantia de recursos para as desapropriações de terras e investimentos públicos nos assentamentos.