A maior parte dos 39 mil moradores de Bom Jardim, Agreste de Pernambuco, utiliza a Toyota. Este tipo de veículo alternativo é até comum no interior do Estado. Mas o Ministério Federal recomendou que a Prefeitura não use mais as Toyotas para transportar estudantes, já que segundo o Código Nacional de Trânsito os veículos devem transportar cargas e não pessoas.
A denúncia partiu da Controladoria Geral da União que fiscalizou escolas municipais entre os anos de 2006 e 2007. Por causa da recomendação do MPF, as aulas da rede pública municipal que deveriam ter começado no ínicio da semana, foram suspensas. Isso porque a maioria dos estudantes utiliza o transporte alternativo para chegar na escola.
Na cidade circulam 145 toyoteiros, 95 são contratados pela prefeitura. Eles dizem que tem autorização para dirigir as toyotas. Os pais dos alunos consideram o veículo até mais seguro que o ônibus escolar, que normalmente fica lotado. Eles dizem também que a Toyota tem tração nas quatro rodas e percorre estradas na zona rural de difícil acesso.
Pode ser que as aulas comecem na próxima semana, mas o município garante não ter recursos para locar outro tipo de transporte. E os motoristas de ônibus também não se interessam em concorrer a licitação. Por mês a prefeitura gastava 200 mil reais em transporte escolar, quase metade era recurso do governo federal.



É louvável que haja leis para proteger a integridade de nossas crianças, mas esse caso é emblemático de que tem que se considerar as diferenças socio-econômicas, ainda mais em um país como o Brasil. O ideal é que só usassem ônibus com cinto, ar condicionado, freios ABS, air bag, etc, tanto para transportes de trabalhadores quanto estudantes. Agora a partir do momento que isso vira lei (lei cumprida!), acaba inviabilizando muitos municípios do interior, que teriam que gastar muito mais com transporte do que gastam com a formação dos alunos de fato. Sem contar que alguns lugares não sáo acessíveis a ônibus, tornando obrigatório o uso de toyotas. É melhor ir desse jeito do que não ir para escola.