Simepe afirma: Mudança de gestão no HUT deixa médicos sem saber a quem recorrer

por Carlos Britto // 26 de abril de 2013 às 08:27

TraumasSe o salário dos médicos do Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (Samu) em Petrolina é defasado, a remuneração dos profissionais que trabalham no Hospital de Urgências e Traumas (HUT) não é diferente. A categoria está desde 2009 sem reajuste salarial, segundo informações do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).

Aliada aos baixos salários, a falta de estrutura do hospital ainda dificulta o trabalho dos profissionais. De acordo com o diretor de imprensa do Simepe, médico Silvio Rodrigues, a escassez de material prejudica o atendimento no HUT, principalmente a realização de cirurgias eletivas.

“Segundo informações de uma residente, enquanto o Hospital Regional, em Juazeiro, faz 17 cirurgias, o Traumas realiza apenas uma por causa da falta de material, como fios de sutura, tela, capote (roupa esterilizada para o bloco cirúrgico). E esses procedimentos simples só são feitos quando o hospital consegue o material básico emprestado de outras unidades de saúde”, critica Silvio.

O diretor jurídico do sindicato, Tadeu Calheiros, chama a atenção para a precariedade no atendimento à população e no ensino dos futuros profissionais. “Esses dados mostram bem o problema tanto no ensino, quanto na estrutura. Por que não se opera uma quantidade equivalente em Petrolina e Juazeiro?”, questiona.

Mudanças na gestão do HUT

Para o Simepe, transferir a administração do HUT para a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) pode ser positivo tanto para a população, quanto para os médicos e alunos. No entanto, nesse momento de transição, os profissionais não sabem exatamente a qual instituição recorrer.

“Nós aprovamos a mudança, desde que os médicos também assumam a carreira federal, ingressem na unidade de saúde através de concurso. Mas neste momento, é preciso nos mobilizarmos para que seja definida a qual entidade possamos recorrer, cobrar. Atualmente, ninguém está investindo no hospital por causa desse impasse, esqueceram dos profissionais”, explica Tadeu.

A pauta de reivindicações já foi encaminhada tanto à Univasf, quanto à prefeitura, mas não houve resposta até o momento. Em uma visita ao hospital, os integrantes do Simepe receberam várias denúncias de médicos e residentes. “Eles estão revoltados, desde a clínica médica, cirurgia a traumatologia. Em relação aos residentes, já iremos programar uma reunião com a Comissão Estadual de Residência Médica para discutir os problemas”, conclui Silvio.

Por Monyk Arcanjo

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