Líder do PT pede a presidente da Câmara dos Deputados que adie eleição para substituto de Vargas

por Carlos Britto // 24 de abril de 2014 às 10:39

Camara-dos-Deputados/Foto reprodução InternetO líder do PT, deputado Vicentinho (PT-SP), solicitou, nesta quarta-feira (23), ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o adiamento para a primeira semana de maio (no dia 7) da eleição para o cargo de 1º vice-presidente da Câmara, que estava originalmente marcada para a semana que vem (29).

Segundo Vicentinho, o motivo é que a bancada do PT ainda não definiu o candidato para o cargo. “Eu desejo que isso se resolva na próxima terça (29)”, disse o petista. O deputado afirmou que o presidente acatou o pedido, que deverá ser formalizado à Mesa Diretora da Casa. Foram divulgados os nomes dos deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Luiz Sérgio (PT-RJ) como pretendentes. Mas qualquer deputado do partido poderá se inscrever como candidato avulso.

O prazo para a candidatura oficial será até as 19h do dia 6 de maio.

As sete cabines de votação já estão sendo montadas no Plenário da Câmara, já que a eleição é feita por votação secreta. Para ser eleito, o candidato precisa do apoio de 257 deputados, ou seja, maioria absoluta da Câmara.

O presidente da Câmara enviou a todos os deputados petistas um ofício explicando as regras da eleição. Como a vaga da 1ª vice-presidência foi designada ao PT no início do ano passado, de acordo com a regra da proporcionalidade das bancadas, apenas deputados desse partido poderão concorrer à vaga.

Vargas

O eleito vai substituir o deputado licenciado André Vargas (PT-PR), que renunciou à vaga na Mesa Diretora depois de denúncias de seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal.

O doleiro responde a processo na Justiça Federal pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A ação teve origem na Operação Lava Jato, da PF, deflagrada em março. Na mesma operação foi preso o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, mas a denúncia contra ele ainda será analisada pela Justiça.

Vargas abriu mão do cargo porque responde a um processo disciplinar no Conselho de Ética de Decoro Parlamentar por quebra de decoro parlamentar por conta de suas relações com Alberto Youssef. O doleiro pagou um jatinho para levar Vargas e a família para passar as férias em João Pessoa (PB) no final do ano passado.

Além disso, há denúncias de que o deputado teria intercedido em favor de uma das empresas de fachada do doleiro em negócios com o Ministério da Saúde. A Polícia Federal interceptou conversas em que o doleiro cobra a atuação de Vargas e diz que a “independência financeira” dos dois dependeria do sucesso no negócio.

Na carta de renúncia, oficializada na quarta-feira passada (16), Vargas diz que renunciou ao cargo para se concentrar em sua defesa sem prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora da Casa. Ele manteve o mandato de deputado. (Fonte: Agência Câmara/foto reprodução)

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