Líder estudantil Rosa Amorim será primeira a levar pré-candidatura do MST à Alepe

por Antonio Carlos Miranda // 05 de junho de 2022 às 15:34

Foto: divulgação

Pela primeira vez, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco terá um nome na disputa por uma vaga à Assembleia Legislativa de Pernambuco (MST). Rosa Amorim foi a escolhida e aceitou essa missão.

Aos 25 anos de idade, ela parte para defender temas atuais, a exemplo da renovação política – que inclui mais espaço para as mulheres – além do povo negro e do segmento LGBT. Filha de Jaime Amorim, liderança histórica do MST, Rosa já reúne experiência suficiente para levantar todas essas bandeiras.

Natural de Caruaru, no Agreste, ela viu desde cedo a luta de sua família e dos demais integrantes do movimento pela Reforma Agrária, que será sua pauta prioritária, mas não a única pauta. Oriunda do movimento estudantil, Rosa chegou à União Nacional dos Estudantes, ocupando cargo de diretora de cultura. Essa trajetória lhe permitiu ampliar o debate sobre outros temas relevantes que pretende transmitir aos pernambucanos.

Há muito tempo que o projeto do MST não se restringe apenas à posse da terra, à reforma agrária. O MST vem compreendendo que, pra gente fazer um processo de transformação na sociedade, é preciso a gente ter a luta do campo e a luta da cidade caminhando juntas. Temos um velho dilema que diz que se o campo não planta, a cidade não janta. Então, ao conquistar a terra, a gente também quer escola, saúde, educação, esporte, lazer…e acaba também entrando pautas que são estruturais para a sociedade. Eu, enquanto mulher, negra, LGBT, assumindo essa representatividade na candidatura do Movimento Sem Terra”, frisou Rosa, em entrevista ao Blog.

Cenário estadual e nacional

Segundo a pré-candidata, sua tarefa na campanha é desmistificar o estereótipo de que “só há vagabundos” no MST. Ela reforça que a reforma agrária é prevista na Constituição Federal de 1988 – portanto, o movimento cumpre o que está previsto em lei. “A nossa luta é muito justa, e a gente vem percebendo que o povo do campo cada vez mais está abandonado de políticas públicas, de programas, de projetos. Então, a gente precisa ampliar essa representatividade do pequeno agricultor, do povo sem-terra, na Assembleia de Pernambuco e no Congresso, para ter quem olhe pelo povo camponês”, ponderou.

Rosa disse que ainda não há uma definição sobre com quem fará uma dobradinha política na região, mas assegurou que não será restrita apenas ao Sertão. Entre os prováveis nomes da legenda, estão o de Dulci Amorim e de Carlos Veras. Porém, no momento, ainda está na fase do diálogo sobre o assunto.

Sobre a sucessão estadual, ela disse respeitar a decisão da pré-candidata a governadora Marília Arraes de ter trocado o PT pelo Solidariedade. Também minimizou as críticas referentes à nova aliança da legenda com o PSB, mas justificou que toda a articulação do seu partido se deu em virtude de um projeto maior: a volta de Lula, principal liderança petista, à Presidência da República. Ao mesmo tempo, ela destaca o protagonismo das mulheres no cenário eleitoral do Estado neste ano.

Quanto à disputa presidencial, a pré-candidata acredita que, caso Lula seja eleito novamente, terá uma missão muito mais difícil do que em 2003, no seu primeiro mandato. Por este motivo é fundamental que ele tenha bancadas fortes no Congresso e nas casas legislativas. “O país está em crise, nossas instituições estão falidas. Bolsonaro levou o país para o fundo do poço em sua incompetência na governabilidade. Lula, com certeza, vai ter de trabalhar muito para reerguer o Estado brasileiro, fazendo muita política social. E a gente vai precisar construir uma boa retaguarda para garantir a governabilidade de Lula no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas”, avaliou.

Rosa ainda destacou a campanha exitosa da UNE acerca da elevada emissão de títulos de eleitor para jovens de 16 e 17 anos, já que 80% desse público se recusavam a tirar seu título. “Nesse momento nosso voto é a maior arma. As pessoas têm de votar. Com muita divulgação, envolvimento dos artistas, mudar esse cenário. A gente acha que esse voto da juventude vai fazer a diferença pra gente mudar os rumos do nosso país”, concluiu.

Líder estudantil Rosa Amorim será primeira a levar pré-candidatura do MST à Alepe

  1. O POVO TÁ DE ÔLHO disse:

    Minha amiga, vamos defender outras bandeiras.

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